
O caso é daqueles que dão nó no estômago de qualquer analista financeiro. A Advocacia-Geral da União (AGU) resolveu cutucar a onça com vara curta e encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido que promete virar o mercado de cabeça para baixo.
O que está em jogo? Uma investigação minuciosa sobre movimentações financeiras que, digamos, cheiram mais estranho que peixe deixado três dias no sol do Nordeste. Tudo isso aconteceu pouco antes daquele anúncio bombástico de 2018, quando Donald Trump resolveu enfiar o dedo na ferida e impor tarifas sobre o aço brasileiro.
O timing perfeito (ou imperfeito?)
Parece roteiro de filme de espionagem, mas é a pura verdade: segundo a AGU, alguns investidores pareciam ter uma bola de cristal extraordinária. Como explicar que justo antes do anúncio das tarifas — que derrubaram as ações de siderúrgicas brasileiras — houve um movimento suspeitíssimo no mercado?
Não é preciso ser economista formado para desconfiar quando:
- Operações de venda de ações de empresas do setor dispararam
- Investidores que nunca tinham chegado perto do setor siderúrgico resolveram fazer apostas contra essas empresas
- O volume de negócios em determinados papéis simplesmente explodiu
Coincidência? A AGU acha que não. E olha que eles não são exatamente uns teóricos da conspiração.
O que o STF tem a ver com isso?
Boa pergunta. O Supremo entra nessa história porque, segundo a AGU, há indícios de que informações privilegiadas podem ter vazado de órgãos do governo brasileiro. E quando o assunto é vazamento em alto nível, a competência para investigar é do STF.
Não estamos falando de boatos de WhatsApp, gente. Se comprovado, isso aqui tem cheiro de escândalo bilionário — do tipo que derruba ministro e faz o dólar dar piruetas.
O pedido da AGU é claro: querem que o Supremo determine à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e ao Banco Central que abram os arquivos e vasculhem cada centavo movimentado naqueles dias tensos de 2018.
E agora, José?
Enquanto o STF não se pronuncia, o mercado fica naquele suspense digno de novela das nove. Afinal, se for comprovado o uso de informações privilegiadas:
- Quem ganhou milhões nessa jogada pode ter que devolver até o último centavo
- As empresas afetadas podem processar os envolvidos por danos materiais
- A credibilidade do mercado brasileiro no exterior pode levar mais um tombo
E tem mais um detalhe saboroso: esse caso pode reacender o debate sobre a relação entre o governo Trump e o Brasil naquela época. Será que alguém no Palácio do Planalto sabia do que estava por vir?
Uma coisa é certa: essa história ainda vai dar muito pano pra manga. E o pior (ou melhor) é que nem precisamos de ficção — a realidade já está dramática o suficiente.