
Imagine a cena: uma cachorrinha, ainda assustada, vagando sozinha pela movimentada Estrada dos Tropeiros, em São José dos Campos. Três dias. Apenas três dias foi o tempo que durou a "chance" que ela teve de ter uma família.
Segundo relatos de moradores da região, o animal — uma vira-lata de médio porte — foi visto sendo jogado de um carro em movimento. Sim, você leu certo. Jogada. Como se fosse um objeto descartável, não um ser vivo.
O resgate improvável
Por sorte (se é que podemos chamar assim), um motociclista que passava pelo local notou o ocorrido. "Ela estava tremendo, encolhida no acostamento. Parecia entender que tinha sido traída", contou ele, preferindo não se identificar. O homem parou, pegou a cadela e a levou para um abrigo temporário.
E aqui vem o detalhe mais revoltante: a cadela usava coleira nova. Tinha sido banhada recentemente. Sinais claros de que alguém investiu tempo — e depois decidiu que três dias era "suficiente" para testar a paciência.
Nas redes sociais, a indignação
Quando o caso veio à tona, o sentimento geral foi de nojo. "Isso não é adoção, é capricho", escreveu uma usuária no Facebook. Outros lembraram casos semelhantes na região — parece que virou moda tratar animais como produtos com garantia de devolução.
O abrigo que acolheu a cachorrinha — batizada carinhosamente de "Esperança" pelos voluntários — confirmou que ela havia sido adotada dias antes por um casal. "Temos os dados, mas não podemos divulgá-los", disse a coordenadora, visivelmente abalada. "O que posso dizer é que a Justiça será acionada."
Ah, e sobre Esperança? Apesar do trauma, ela está se recuperando bem. "É incrível como ainda confia nas pessoas", comenta uma das voluntárias, enquanto a cadela abana o rabo. Ironia cruel: justo quem não merece confiança é que recebe.
Enquanto isso, o caso segue sob investigação. Abandono de animais é crime ambiental, com pena de até um ano de detenção. Mas vamos combinar — nenhum castigo parece suficiente para quem trata vida como lixo.