
Eis que o Planalto resolveu cortar pela raiz uma discussão que vinha esquentando os corredores do Congresso. Numa canetada só — ou melhor, num veto publicado no Diário Oficial desta quarta — Lula sepultou a ideia de aumentar o número de deputados federais de 513 para 615.
Pra quem não acompanhou o vai-e-vem: a proposta era um cavalo de batalha de alguns parlamentares, que argumentavam (com certa lógica, diga-se) que a representação precisava acompanhar o crescimento populacional. Só que... tem sempre um só que — no caso, o presidente achou melhor frear o trem.
Os números que pesaram
O cálculo é simples e doloroso: cada novo deputado custaria aos cofres públicos cerca de R$ 15 milhões por ano. Multiplique isso por 102 vagas extras e você entende por que o governo torceu o nariz. "É dinheiro que pode ser melhor aplicado em saúde e educação", justificou um assessor presidencial, sob condição de anonimato.
Mas não é só a grana. Tem um jogo político por trás:
- Estados do Norte e Nordeste seriam os maiores beneficiados
- Minas Gerais ganharia 8 novas cadeiras
- SP, mesmo sendo o mais populoso, teria aumento proporcionalmente menor
E agora?
O Congresso pode derrubar o veto? Tecnicamente sim, mas as chances são mínimas. A bancada governista já deixou claro que vai fechar questão com o Planalto. "É uma discussão que não cabe no momento", resumiu um líder partidário, enquanto tomava seu café expresso na cantina do Congresso.
Curiosidade: essa não é a primeira vez que esse debate volta à tona. Em 2021, uma proposta similar morreu na praia. Desta vez, nem chegou a nadar — afogou-se no mar de prioridades do governo.