
Parece que a conta não fechou — e o resultado é um aperto no cinto que vai do gabinete do prefeito até o cidadão comum. A Prefeitura de Suzano, na Grande São Paulo, acabou de publicar um decreto que congela parte dos gastos públicos depois de levar um susto com os números do primeiro quadrimestre.
Os cofres municipais, que já vinham dando sinais de cansaço, simplesmente desabaram entre janeiro e abril deste ano. A queda foi tão brusca que deixou até os economistas mais experientes coçando a cabeça. "Quando vi os gráficos, pensei que fosse erro de digitação", confessa um técnico da secretaria de Finanças, sob condição de anonimato.
O que está por trás do aperto?
Detalhes do decreto — aquele tipo de documento que normalmente faz os olhos brilharem de tédio — revelam medidas duras:
- Contratações novas? Só em casos de "extrema necessidade" (leia-se: quase impossível)
- Viagens a serviço? Esquece, a não ser que você consiga provar que o mundo vai acabar sem sua presença
- Compras acima de R$ 50 mil? Vão passar por uma peneira tão fina que nem arroz basmati escapa
E olha que a situação é séria mesmo. Enquanto isso, nas ruas, o povão já sente o baque. "Tá difícil até marcar exame no postinho", reclama Dona Maria, aposentada que mora no Jardim Colorado há 20 anos. Ela não está exagerando — alguns serviços essenciais já começaram a ficar mais lentos que fila de banco em dia de pagamento.
E agora, José?
O prefeito, é claro, garante que "medidas paliativas" estão sendo tomadas. Paliativas ou não, o certo é que:
- A equipe econômica está correndo contra o tempo para encontrar saídas
- Secretários foram orientados a priorizar o essencial (embora ninguém saiba exatamente o que é "essencial" nesse contexto)
- Até eventos culturais podem entrar na faca — preparem-se para um carnaval mais minguado em 2026
Especialistas ouvidos pelo G1 — mas que preferiram não estampar seus nomes — sugerem que o problema pode ser mais profundo. "Isso aí cheira a crise estrutural, não é só uma gripe passageira", arrisca um deles, entre um gole de café requentado e outro.
Enquanto a poeira não assenta, o jeito é torcer para que o segundo semestre traga algum alívio. Ou aprender a viver com menos — como se a gente já não estivesse fazendo isso desde sempre.