Não é todo dia que um advogado — justamente quem deveria zelar pela lei — acaba no centro de um escândalo criminoso. Mas em Chapecó, Santa Catarina, essa ironia virou realidade. Um profissional do direito, cujo nome ainda não foi divulgado (por motivos óbvios), está sendo apontado como um dos cabeças de um esquema que drenou milhões de idosos inocentes.
Parece roteiro de filme, mas é pura realidade: a polícia descobriu que o grupo agia com precisão cirúrgica, aplicando golpes que iam desde falsos investimentos até empréstimos fantasmas. Os alvos? Pessoas acima dos 60 anos, muitas já fragilizadas pela idade — um detalhe que torna o crime ainda mais repugnante.
Como o esquema funcionava?
Nada de "métodos sofisticados" aqui. A tática era velha conhecida, mas com um toque de autoridade jurídica para dar credibilidade:
- Contatos iniciais por telefone, sempre com linguagem formal e promessas irresistíveis
- Documentação falsa — contratos que pareciam legítimos à primeira vista
- Uso de dados vazados para personalizar abordagens e ganhar confiança
E o pior? Algumas vítimas só perceberam o golpe meses depois, quando as cobranças começaram a aparecer — ou quando a aposentadoria simplesmente evaporou.
Operação policial
A investigação — que durou quase um ano — revelou ligações do advogado com pelo menos outras 15 pessoas. Dinheiro movimentado em contas fantasmas, laranjas, e até ameaças veladas para quem desconfiava da farsa. Um verdadeiro sistema organizado para enganar quem menos poderia se defender.
Por enquanto, o Conselho de OAB já foi acionado, e o suposto "doutor" pode perder muito mais que a carteira profissional. Se condenado, a pena pode chegar a 10 anos de prisão. Mas sabemos como a Justiça brasileira pode ser... lenta, não é mesmo?
Enquanto isso, o recado para os idosos (e familiares) é claro: desconfie de qualquer proposta milagrosa. Até mesmo — ou especialmente — quando vem de quem veste terno e gravata.
