
Era sobre isso que tantas famílias esperavam há décadas. Piracicaba, aquela cidade que respira progresso mas ainda carrega cicatrizes de desigualdade, finalmente colocou a mão na massa para resolver um problema crônico: a insegurança jurídica de quem mora em áreas ocupadas.
Nessa semana, a prefeitura anunciou o início do processo de regularização de 12 comunidades - sim, você leu direito, uma dúzia de lugares onde pessoas construíram suas vidas sem a garantia de que o chão onde pisam realmente lhes pertence.
Quem ganha com isso?
Olha só a lista que vai fazer diferença na vida de tanta gente:
- Portelinha (aquela perto do antigo matadouro)
- Pereirinha (onde o pessoal já organiza até festa junina comunitária)
- Pantanal (nada a ver com o bioma, mas com os alagamentos de verão)
- E mais nove áreas que vão deixar de ser "invisíveis" no mapa da cidade
Não é só papel passado, como dizem por aí. É sobre crianças poderem dizer "minha casa" sem medo de um dia perderem tudo. É sobre idosos dormirem tranquilos sabendo que ninguém vai tirá-los dali.
Como vai funcionar?
Primeiro, vem a parte chata (mas necessária): levantamento topográfico, análise documental, ajustes no planejamento urbano. Depois, a mágica acontece - a emissão dos títulos definitivos. O processo todo deve levar uns dois anos, segundo os técnicos da prefeitura.
"É um direito básico que estava sendo negado", comenta uma moradora da Portelinha enquanto pendura roupa no varal. Ela nem quis dar o nome - medo ainda fala mais alto que esperança em muitos corações.
Piracicaba segue o exemplo de cidades como São Paulo e Belo Horizonte que já entenderam: regularizar não é premiar ocupação irregular, é corrigir décadas de omissão estatal. E o melhor? Os novos "donos" vão poder, enfim, investir em melhorias sem receio.
Quem diria que um pedaço de papel poderia valer tanto, não é mesmo?