
O que era pra ser um curso de formação virou pesadelo. Um suboficial da Marinha — aquele que deveria zelar pela disciplina — agora responde na Justiça por assédio sexual contra uma cabo trans. E olha que o caso rolou bem aqui, no Rio de Janeiro, onde o sol brilha forte, mas algumas sombras ainda persistem.
A sentença saiu ontem, e não foi nada leve: dois anos de prisão, convertidos em prestação de serviços e multa. Mas o estrago? Esse vai durar bem mais. A vítima, uma mulher transgênero, sofreu humilhações que nem cabem no papel. E o pior? Tudo aconteceu dentro de uma instituição que jura de pés juntos defender a honra e a ética.
Os detalhes que deixam a cara no chão
Segundo os autos, o suboficial não economizou nas provocações de cunho sexual. De piadinhas "inocentes" a avanços claramente indesejados, a cabo trans precisou engolir seco — até não aguentar mais. Quando resolveu denunciar, enfrentou aquele velho script: "Você tá exagerando" ou "Isso é brincadeira de quartel". Só que não era.
O juiz não teve dúvidas: classificou o comportamento como "assédio sexual reiterado" e ainda destacou o abuso de autoridade. Afinal, estamos falando de uma hierarquia militar, onde um "não" pode custar caro para quem está embaixo na cadeia de comando.
E as Forças Armadas? O que dizem?
A Marinha, por enquanto, só soltou aquele comunicado padrão — sabe como é, "apuração interna em andamento", "não comenta casos individuais". Mas cá entre nós: num momento em que o mundo discute inclusão, um tropeço desses dói mais que solado de coturno novo.
Juristas já avisam: essa condenação pode virar precedente. Afinal, quantos casos assim ficam engavetados por aí? A questão transcende o indivíduo — é sobre uma cultura que precisa mudar, e rápido.
Enquanto isso, a cabo trans tenta reconstruir a vida. Ela, que sonhava servir ao país, agora luta contra traumas que nenhuma farda deveria carregar. E o suboficial? Bem, ele aprendeu da pior forma que assédio não é "mimimi" — é crime, com nome, sobrenome e agora, sentença.