
Era uma tarde como qualquer outra na periferia de Campinas — até que os motores dos carros-patrulha quebraram o silêncio. A cena que se seguiu parecia saída de um filme policial: agentes invadindo um galpão aparentemente comum, mas que escondia um verdadeiro mercado negro sobre rodas.
Dentro, o que encontraram daria inveja a qualquer leilão de carros usados. Só que com um detalhe macabro: todos os veículos tinham um passado criminoso. Marcas de serra nas placas, números de chassi raspados — a papelada? Nem pensar.
O esquema
O dono do "negócio", um senhor de 47 anos que preferia ficar nos bastidores (até agora), montou um sistema engenhoso:
- Recepção de veículos "quentes" durante a madrugada
- Desmontagem rápida — em questão de horas, um carro virava peças soltas
- Venda sob encomenda para oficinas menos exigentes quanto à procedência
"Era tipo fast-food do crime", brincou um dos investigadores, sem graça. A piada escondia a seriedade do caso: só na última semana, cinco carros roubados passaram por ali.
Flagrante e consequências
Quando a polícia chegou, o suspeito estava literalmente com as mãos na massa — ou melhor, no motor de um Honda Civic desaparecido há duas semanas. Tentou argumentar que "só fazia manutenção", mas a coleção de peças sem documentação contava outra história.
Além da prisão em flagrante (que não vai lhe render pontos no programa de fidelidade), o homem agora responde por:
- Recepção de produto de crime
- Associação ao tráfico de bens roubados
- Danos ao patrimônio (sim, riscar o chassi conta)
Enquanto isso, os veículos recuperados — ou o que sobrou deles — aguardam perícia. Alguns donos sequer sabem que seu prejuízo está prestes a voltar para casa. Em pedaços.