Trump na Guerra Comercial: Vitórias à Vista ou Armadilha Perigosa?
Trump na guerra comercial: vitória ou armadilha?

Parece que o vento está soprando a favor de Donald Trump na sua batalha comercial contra a China — pelo menos é o que os números recentes sugerem. Mas será que essa aparente vantagem é só fumaça? A verdade, como sempre, é mais complicada do que os holofotes mostram.

O jogo de números (e ilusões)

Os últimos dados do déficit comercial americano caíram como uma bomba: redução de 12% em junho. Parece ótimo, né? Só que... esses números têm mais camadas que uma cebola chorosa. A queda veio basicamente por causa da redução nas importações — o que, convenhamos, não é exatamente um sinal de economia superaquecida.

E tem mais: enquanto Trump comemora, os agricultores do Midwest estão literalmente rezando por um milagre. As exportações de soja — aquela que era a galinha dos ovos de ouro — despencaram 35% no último trimestre. Alguém avisa o presidente que números de exportação não se comem?

O elefante na sala (e não é o GOP)

O grande problema que ninguém quer encarar de frente: a China tá jogando xadrez enquanto Washington ainda brinca de dama. Enquanto os EUA focam em tarifas como solução mágica, Pequim:

  • Diversificou mercados como um malabarista profissional
  • Estimulou consumo interno (e olha que funcionou!)
  • Preparou pacotes de estímulo que fariam Keynes aplaudir de pé

Não é à toa que o crescimento chinês se mantém estável — mesmo com todas as pedras no caminho. Trump pode até ganhar algumas batalhas midiáticas, mas a guerra... essa tá longe de ser decidida.

O calcanhar de Aquiles

O que realmente tira o sono dos estrategistas? A tal da "resiliência chinesa". Enquanto isso, do outro lado do Pacífico:

  1. As empresas americanas estão sangrando com custos extras
  2. O setor agrícola virou refém dessa briga
  3. Até a indústria automotiva — aquela que Trump jurou salvar — começa a chiar

E o pior? As eleições batendo na porta. Se a economia der uma escorregada, esse jogo de guerra comercial pode custar muito mais que dólares — pode custar a reeleição.

No fim das contas, como diria meu avô mineiro: "Entre a boca e a garrafa de cachaça, muita pinga se perde". Trump pode estar comemorando agora, mas o caminho até uma vitória real nessa guerra comercial ainda tem mais obstáculos que uma pista de rally sem freio.