
Quem passa pelo saguão do Superior Tribunal de Justiça esta semana se depara com algo que vai muito além de simples fotografias. São janelas para mundos inteiros, culturas milenares e histórias de resistência que ecoam através das lentes de um dos maiores fotógrafos do país.
Ricardo Stuckert, cara conhecida por registrar presidentes e momentos históricos, desta vez volta seu olhar para as verdadeiras raízes brasileiras. E que olhar!
Um tributo visual à diversidade
A mostra 'Olhares Ancestrais' – é assim que se chama a exposição – reúne trinta imagens de cair o queixo. Não são apenas retratos; são documentos vivos de povos como os Yanomami, os Ashaninka e os Guarani. Cada clique parece sussurrar: "estamos aqui, resistimos".
Stuckert, que já rodou o mundo com sua câmera, confessou algo interessante durante a abertura: "Trabalhar com os povos indígenas transformou minha maneira de ver o Brasil". E dá para sentir essa transformação em cada imagem.
Mais que arte, um documento histórico
O que me impressiona nessas fotos – e olha que já vi muita coisa por aí – é a dignidade que transborda de cada rostos. Não tem aquela pose forçada de estúdio; é tudo natural, autêntico, quase como se a câmera nem estivesse lá.
O ministro Og Fernandes, que inaugurou a exposição, acertou em cheio quando disse que a mostra "revela a beleza da diversidade étnica brasileira". Mas vai além: é um soco no estômago de quem ainda acha que indígena é coisa do passado.
Dá até vergonha de pensar que muita gente só lembra desses povos no dia 19 de abril. Essa exposição deveria ser obrigatória para todos os brasileiros – especialmente para aqueles que fazem leis neste país.
Detalhes que fazem a diferença
- Onde: Saguão do STJ – Brasília/DF
- Quando: Até 30 de agosto (corre lá!)
- Quantidade: 30 fotografias de tirar o fôlego
- Acesso: Livre para todo mundo – e olha que é raro um tribunal abrir suas portas assim
O mais legal? A exposição faz parte das comemorações do Mês do Indígena no STJ. Finalmente uma iniciativa que vai além do discurso vazio e traz algo concreto – no caso, imagens que falam mais que mil palavras.
Quem for ver, prepare-se: não são só fotos bonitas. São espelhos que refletem o Brasil que muitos insistem em ignorar. E no meio de tanta notícia ruim por aí, ver essa celebração da resistência indígena é como um banho de alma.
Para quem não puder ir até Brasília, fica a dica: sigam o trabalho do Stuckert. O cara consegue fazer o que poucos – transformar política em poesia visual.