Quase dois anos após a tragédia que matou dezenas de passageiros do voo da VoePassa, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) cassou o certificado de operação da companhia aérea. A decisão, porém, chega tarde para as famílias das vítimas, que expressam um misto de alívio e indignação.
O peso da espera
"É uma vitória amarga", desabafa Maria Silva, mãe de uma das vítimas. "Nossos filhos não voltam, mas pelo menos isso impede que outras famílias passem pelo mesmo sofrimento." O sentimento é compartilhado por diversos parentes, que acompanharam o processo com frustração diante da demora das autoridades.
Falhas sistêmicas
Relatórios técnicos apontaram graves irregularidades na operação da VoePassa, incluindo:
- Manutenção inadequada das aeronaves
- Falhas nos procedimentos de segurança
- Supervisão insuficiente por parte da ANAC
Especialistas em aviação civil afirmam que o acidente poderia ter sido evitado se houvesse fiscalização mais rigorosa.
Repercussão política
A demora na cassação levou a questionamentos sobre a eficiência dos órgãos reguladores. Deputados já anunciaram a criação de uma CPI para investigar possíveis falhas na fiscalização da aviação regional.
Enquanto isso, as famílias buscam reconstruir suas vidas. "A dor nunca vai embora", diz Carlos Mendes, que perdeu a esposa no acidente. "Mas hoje pelo menos temos a certeza de que fizemos justiça pela memória deles."
