
Era pra ser mais um dia comum. O sol já caía sobre Pindamonhangaba quando a rotina virou pesadelo. Um adolescente de 16 anos — cheio de planos, como todo jovem dessa idade — não percebeu a chegada do trem. E o pior aconteceu.
"A gente fica se perguntando... Como ninguém viu? Como ele não escutou?", desabafa o tio, com a voz embargada. O chão da estação ainda guarda marcas do acidente que tirou uma vida tão jovem.
O que deu errado?
Testemunhas contam que o garoto estava com fones de ouvido — aqueles modernos, que isolam todo o barulho externo. O apito do trem? Nada. O ranger dos trilhos? Zero. "Essa geração vive no mundo deles", comenta um morador antigo da região, misturando lamento com crítica social.
Mas será que é só isso? Quem passa pelo local diariamente sabe: a sinalização é precária, o mato cresce onde não devia, e aquele cruzamento sempre foi uma roleta-russa para os desatentos.
Falta de segurança ou falta de atenção?
Eis a questão que divide opiniões:
- A concessionária garante que todos os protocolos são seguidos à risca
- Moradores reclamam que as campanhas educativas "só aparecem depois da tragédia"
- Especialistas em transporte apontam falhas no projeto original da passagem
Enquanto isso, na casa da família, fotos de formatura que nunca acontecerão. Um uniforme escolar pendurado na cadeira. E o silêncio — aquele que dói mais que qualquer palavra.
O caso segue sob investigação, mas já serve de alerta: na pressa do dia a dia, quantos de nós realmente prestamos atenção ao nosso redor? Num piscar de olhos, tudo pode mudar.