
Uma daquelas notícias que ninguém quer receber - muito menos dar. Na tarde de quarta-feira, 27 de agosto, por volta das 16h30, o silêncio do cerrado sul-mato-grossense foi quebrado pelo estrondo metálico que ninguém espera ouvir, mas que acontece com uma frequência assustadora pelas estradas do nosso país.
Lá na MS-184, bem no km 58 - sim, exatamente onde a estrada parece mais tranquila -, um Honda Civic preto e uma Honda CG Titan 160 vermelha se encontraram de forma brutal. E quando digo "encontraram", é claro que estou sendo delicado demais. Colidiram mesmo, naquele impacto seco que deixa marcas permanentes.
Eduardo Silva de Arruda, apenas 20 anos - mal saíra da adolescência -, pilotava a moto. Não resistiu aos ferimentos. A vida escapou por entre os ferros retorcidos, deixando para trás sonhos interrompidos e uma família despedaçada. Como sempre acontece nesses casos, os números oficiais pouco importam para quem fica.
O Outro Lado da Tragédia
Já João Pedro da Silva Ferreira, 22 anos, que estava no carro, sobreviveu. Ferido, assustado, mas vivo. Foi levado correndo para o Hospital Municipal de Ladário, onde recebe os cuidados necessários. Você imagina o turbilhão de emoções que deve passar pela cabeça dele?
O 4º Batalhão de Polícia Militar rodoviária assumiu o caso. Os PMs chegaram rápido, segundo testemunhas, mas já era tarde demais para Eduardo. Agora tentam reconstruir o quebra-cabeça - porque no fim é isso que os acidentes são: peças espalhadas que precisam ser remontadas para entender o inexplicável.
E Agora?
As investigações seguem a todo vapor - ou pelo menos é o que esperamos. Vistoria nos veículos, busca por testemunhas, análise da via... Tudo aquilo de praxe que conhecemos das reportagens policiais, mas que dessa vez tem nome e sobrenome: Eduardo.
Enquanto isso, em algum lugar de Corumbá, uma família chora a perda de um filho que mal começara a viver. E a gente fica aqui pensando: quantos mais precisarão morrer antes que algo mude de verdade nas nossas estradas?
Parece clichê, eu sei. Mas os clichês existem porque se repetem demais - e essa repetição está nos custando vidas preciosas todos os dias.