Não foi um dia qualquer na movimentada Faria Lima. Logo cedo, a Polícia Federal botou o pé na porta — e com uma força digna de filme. A operação ‘Disparada’, deflagrada nesta quarta, mirou bem no bolso do Primeiro Comando da Capital, o temido PCC.
Mais de quarenta endereços, muitos deles em prédios de alto padrão, viraram alvo de busca e apreensão. A questão aqui era clara: cortar o fluxo de dinheiro que abastece uma das organizações criminosas mais poderosas do país.
E olha, a coisa foi séria. Segundo as investigações, que se arrastam há meses, o esquema envolvia uma rede complexa de lavagem de capitais. Dinheiro de origem duvidosa era ‘limpo’ através de investimentos em negócios aparentemente legítimos — alguns, pasmem, localizados bem no coração financeiro de São Paulo.
O que a PF apreendeu?
Além de documentos que podem ser cruciais para desvendar o emaranhado financeiro, os policiais federais determinaram o bloqueio de valores que beiram os R$ 150 milhões. Uma quantia absurda, que dá a real dimensão do poder econômico que essa facção conseguiu acumular.
Não é de hoje que se fala que o crime organizado se profissionalizou. Mas ver a sofisticação dessas operações, com investimentos no mercado formal, é de assustar qualquer um. Eles não estão mais só no tráfico; estão infiltrados na economia.
E agora, o que esperar?
Operações como essa são um golpe duro, sem dúvida. Mas será que é suficiente? Especialistas que acompanham a ação do PCC há anos sabem que a hidra tem muitas cabeças. Cortar uma pode significar o crescimento de outra.
Ainda assim, é inegável: ver a lei chegar com força total nos endereços chiques da capital paulista manda uma mensagem forte. O braço é longo, e ninguém — absolutamente ninguém — está acima da lei.
O desenrolar dos próximos dias será crucial. Afinal, apreender é uma coisa; condenar e efetivamente recuperar esse dinheiro para os cofres públicos é uma batalha completamente diferente. Torcemos para que a justiça prevaleça.
