Novartis busca replicar modelo de risco compartilhado com o SUS em novos acordos
Novartis quer replicar acordo de risco com SUS

A farmacêutica Novartis está em busca de replicar seu modelo de acordo de risco compartilhado com o Sistema Único de Saúde (SUS), uma estratégia que tem se mostrado eficaz para garantir acesso a medicamentos de alto custo sem comprometer o orçamento público.

O modelo, já implementado para o medicamento Kymriah (terapia CAR-T contra câncer), permite que o SUS pague apenas por tratamentos que apresentem resultados clínicos comprovados, reduzindo o risco financeiro para o sistema público.

Como funciona o modelo de risco compartilhado?

No acordo atual, a Novartis recebe pelo medicamento somente quando os pacientes atingem determinados marcos de eficácia, como:

  • Resposta positiva ao tratamento após 30 dias
  • Manutenção dos resultados em 3 meses
  • Eficácia sustentada em 6 meses

"Esse modelo cria um alinhamento entre a indústria e o sistema público, onde todos ganham quando o tratamento funciona", explica um representante da empresa.

Expansão para outras terapias

A Novartis agora estuda aplicar o mesmo conceito para outros medicamentos inovadores em seu portfólio, especialmente terapias avançadas para:

  1. Doenças raras
  2. Oncologia de precisão
  3. Doenças cardiovasculares complexas

"Queremos ser parceiros do SUS não apenas como fornecedores, mas como corresponsáveis pelos resultados em saúde", complementa o executivo.

Impacto no acesso a medicamentos

Especialistas em saúde pública avaliam que esse tipo de acordo pode:

  • Acelerar a incorporação de tecnologias inovadoras
  • Reduzir a judicialização na saúde
  • Otimizar os gastos públicos

O desafio, segundo analistas, está em criar métricas claras de eficácia que sejam ao mesmo tempo clinicamente relevantes e financeiramente sustentáveis.