
Eis que o Rio resolveu dar um basta naquela cena clássica: motoboy equilibrando marmita no tanque da moto enquanto desvia de buraco. A partir de agora, a coisa vai ficar mais profissional — ou pelo menos menos caótica.
A Câmara Municipal aprovou uma daquelas leis que faz a gente pensar "por que não fizeram isso antes?" Plataformas como iFood e Rappi terão que fornecer mochilas térmicas para seus entregadores. E não é opcional — é obrigação mesmo.
O que muda na prática?
Imagine só: comida chegando quentinha (ou geladinha, no caso de sorvetes) no seu endereço. Sem aquela mistura de sabores porque o frango ficou esfregando no strogonoff durante o percurso. A lei prevê:
- Mochilas com isolamento térmico de qualidade
- Capacidade mínima para transportar diferentes tipos de pedidos
- Material resistente à chuva (porque Rio sem água caindo do céu não é Rio)
Os apps terão 180 dias para se adaptar. Quem descumprir vai encarar multas que variam de R$ 5 mil a R$ 50 mil — valor que dobra na reincidência. Dá pra comprar muitas mochilas com isso, não é mesmo?
Por trás da medida
O vereador autor do projeto (que preferiu não aparecer muito nos holofotes) argumentou que isso é questão de dignidade básica. "Trabalhar com equipamento adequado deveria ser o mínimo", soltou em entrevista coletiva, entre um gole de café requentado.
Mas tem quem discorde. Um representante anônimo de um app grande reclamou que os custos vão subir. "Já operamos no vermelho", disse, enquanto provavelmente digitava num iPhone 15 Pro Max.
Já os entregadores — os verdadeiros interessados — parecem divididos. Alguns comemoram a novidade, outros temem que o custo seja repassado pra eles de alguma forma. "Tá na lei, mas duvido que vão cumprir fácil", comentou um motoboy veterano, ajustando o capacete desgastado.
Enquanto isso, nas ruas do Rio, a vida segue seu ritmo alucinante. Resta saber se, daqui a seis meses, veremos mesmo essa mudança nas ruas — ou se vai virar mais uma daquelas leis "bonitas no papel".