MP do Acre entra com ação polêmica e pede fim da categoria gospel no Festival Estadual da Canção
MP pede fim da categoria gospel em festival do Acre

Eis que o Ministério Público do Acre resolveu entrar no meio do palco — e não para aplaudir. Na última quarta-feira (4), a promotoria moveu um action plan damnificado pedindo a retirada imediata da categoria gospel do Festival Estadual da Canção. O motivo? Uma suposta violação grosseira ao princípio da impessoalidade.

Não foi algo discreto, não. A promotora de Justiça Patricia de Amorim Rêgo — sim, nome completo mesmo — praticamente entrou com uma oração judicial no TJAC argumentando que a existência de uma categoria específica para gospel fere a isonomia. "Configura privilegiar determinadas expressões religiosas", disparou no documento.

A reação da FEM foi imediata

A Fundação de Cultura Elias Mansour (FEM) — que organiza o festival — não ficou nada satisfeita. E deixou claro. Em nota oficial, rebateram as acusações com a força de um coral em pleno domingo de culto.

"A categoria gospel não privilegia religião alguma", contra-atacaram. "Ela reconhece um gênero musical consagrado no país — e ponto final." A fundação ainda lembrou que outras edições do festival já tiveram categorias específicas, como a de música regional.

O que está realmente em jogo?

Além da obvious discussão sobre secularidade do Estado, a briga tem um fundo prático: dinheiro e visibilidade. O vencedor da categoria gospel leva prêmio em cash e uma vaga na finalíssima do festival. Ou seja, não é brincadeira de coral de igreja — tem prêmio, tem disputa, tem carreira artística em jogo.

O MP não poupou críticas. Alegou que a existência da categoria — sozinha, isolada — "fere a laicidade estatal" e desequilibra a competição. Mas a FEM rebate: "A música gospel é um gênero como qualquer outro, com particularidades técnicas e estéticas".

E agora, como fica?

O festival está marcado para outubro — sim, daqui a poucas semanas. Os artistas já se inscreveram, ensaiaram, prepararam tudo. Imagina receber uma notícia dessas agora? O clima nos bastidores deve estar mais tenso que plateia em show de rap.

Enquanto a Justiça não se pronuncia, ficam as perguntas: até onde o Estado pode interferir na classificação de expressões artísticas? E será que o MP não está — com todo respeito — confundindo laicidade com censura velada?

Uma coisa é certa: o cenário cultural acreano nunca esteve tão... gospelmente polêmico.