Campo Grande em Estado de Choque: Prefeitura Demite Toda a Secretaria de Saúde e Cria Comitê de Crise
Campo Grande demite toda Secretaria de Saúde; comitê assume

Não foi uma segunda-feira qualquer em Campo Grande. Longe disso. O prefeito Adriano Lugo (UB) deu um passo que poucos esperavam – radical, direto e sem rodeios. A exoneração em massa de toda a cúpula da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) chocou a administração pública e jogou os holofotes sobre a crise que se arrastava há tempos nos corredores da saúde municipal.

O que motivou uma medida tão drástica? A justificativa oficial, publicada em um decreto no Diário Oficial do Município (DOM), fala em uma necessária "reestruturação". Mas todo mundo sabe que é mais do que isso. A pressão vinha de todos os lados: das intermináveis filas nas UPAs aos relatos de desabastecimento de medicamentos, criando um caldeirão de insatisfação popular que simplesmente fervia.

O Comitê de Emergência: Um Plano B Imediato

Com a Sesau praticamente desmontada, a prefeitura não podia deixar um vácuo de poder. A solução? Um Comitê Gestor Temporário. Imediato. Essa é a palavra de ordem. Formado por um grupo de servidores de outras secretarias – gente da Casa Civil, da Semadur (Meio Ambiente), da Agetran... um verdadeiro quebra-galho de alto nível.

Eles não vão ficar lá para sempre. A missão deles é de guerra: assumir a gestão diária, colocar a casa em ordem e, o mais importante, elaborar um novo modelo de gestão para a saúde municipal num prazo curtíssimo. É como chamar os bombeiros para apagar um incêndio e ainda redesenhar o prédio enquanto as chamas são controladas.

E Agora, José?

O que isso significa para você, cidadão campo-grandense? A promessa é de que os serviços não serão interrompidos. Postos de saúde, UPAs, tudo deve funcionar – pelo menos é o que garante o discurso oficial. Mas a verdade é que ninguém sabe ao certo. Trocar o motor de um carro com ele ainda em movimento é uma operação de altíssimo risco.

O silêncio da prefeitura sobre quem serão os novos nomes permanentes para o comando da saúde só aumenta a ansiedade. Será que virá gente de fora? Um nome técnico? Alguém da política? São perguntas que ficam no ar, ecoando pela cidade.

Uma coisa é certa: a administração Lugo colocou todas suas cartas na mesa. Esta jogada ousada vai definir seu governo. Ou ele será lembrado como o prefeito que teve a coragem de dar a volta por cima em um sistema combalido, ou aquele que mergulhou a saúde em uma crise ainda maior. O tempo – e a paciência dos campo-grandenses – irá dizer.