
E não é que o cenário político de Tocantins decidiu virar um prato de lentilha de cabeça para baixo? Logo no seu primeiro dia no comando, o governador Laurez Moreira — que assumiu após a renúncia de Wanderlei Barbosa — já chegou com a faca entre os dentes. A ordem do dia? Uma faxina geral nos cargos de confiança.
Numa manobra que pegou muita gente de surpresa — e deixou outros tantos com o queixo caído —, Moreira cortou pela raiz nada menos que onze secretários de estado. Sim, você leu direito: onze. Uma mudança de guarda que mal começou e já promete deixar marcas profundas na administração pública.
Quem ficou pelo caminho?
A lista de exonerados não é pequena — e inclui nomes que até então pareciam intocáveis. Alguns dos que receberam o bilhete azul:
- Fabrício Amaral, que comandava a Casa Civil
- Sheylla Almeida, até então à frente da Secretaria de Fazenda
- Jairo Mariano, ex-secretário de Infraestrutura e Habitação
- Andreia Belo, que estava na Saúde
- Helana Pires, da Educação
- Mauro Carlesse, da Segurança Pública
- Misael Alves, do Desenvolvimento Econômico
- Bruno Barreto, do Meio Ambiente
- Manoel Silva, da Agricultura
- Paulo Sérgio, da Ciência e Tecnologia
- Erika Costa, da Cultura
Ufa! Até para listar dá cansaço. A pergunta que não quer calar: o que motivou uma limpa tão drástica? Moreira, é claro, fala em "reestruturação necessária" e "novos rumos para o estado". Mas todo mundo sabe que entre as linhas há muito mais história — e politicagem — do que aparenta.
E agora, José?
Enquanto os ex-secretários arrumam as gavetas, o palácio do governo parece um formigueiro depois da chuva. Quem entra, quem sai, quem fica? O governador garantiu que as nomeações dos substitutos serão anunciadas "em breve" — o que em linguagem política pode significar qualquer coisa entre amanhã e o próximo carnaval.
O clima entre os servidores é de expectativa misturada com aquela pitada de medo — afinal, quando os chefes caem, todo mundo se pergunta quem será o próximo da fila.
Uma coisa é certa: Moreira não veio para fazer cosplay de governador. Suas primeiras ações mostram um estilo direto — alguns diriam até abrupto — de governar. Resta saber se essa abordagem "chuta-que-a-porta-é-madeira" vai trazer os resultados que o Tocantins precisa... ou se vai criar mais turbulência do que solução.
O tempo, como sempre, será o senhor da razão. Mas uma coisa já está clara: o jogo político no Tocantins acabou de ganhar um novo — e imprevisível — jogador.