
Numa daquelas declarações que misturam autocrítica com firmeza, o ministro Alexandre de Moraes soltou o verbo sobre o STF. "Ninguém é perfeito", disparou, antes de completar: "Mas quem acha que esta casa está enfraquecida, está redondamente enganado".
O clima? Um misto de defesa ferrenha e reconhecimento de que nem tudo são flores. Moraes — que nunca foi do tipo "água com açúcar" — admitiu sem rodeios: "Cometemos erros, sim. Como qualquer instituição humana". Mas aí veio o contraponto, dito com aquela convicção que lhe é característica: "O Supremo hoje está mais preparado, mais técnico e, sobretudo, mais independente".
O xis da questão
O ministro não fugiu do elefante na sala. Falou abertamente sobre as críticas que pipocam por aí — algumas até justas, reconheceu. "Tem gente que acha que a gente exagera na canetada", comentou, com um meio sorriso. "Mas quando a casa cai, quem segura as pontas?".
E listou, num tom quase professoral:
- Crise pandêmica? STF na linha de frente
- Ataques à democracia? STF de guarda
- Direitos fundamentais ameaçados? STF acionado
"Não somos perfeitos", repetiu. "Mas duvide de quem diz que estaríamos melhores sem esta corte".
Entre linhas
Quem conhece o ritmo do ministro percebeu ali mais do que defesa institucional. Havia um recado claro: o Supremo não vai baixar a bola. "Temos consciência do nosso papel histórico", arrematou, numa daquelas frases que soam como promessa e aviso ao mesmo tempo.
E os erros? Moraes foi pragmático: "Corrigimos uns, cometemos outros. Assim caminha a humanidade". Mas deixou claro — com aquela ênfase típica de quem não está pedindo licença: "O importante é que a instituição segue forte. E seguirá".