Não é todo dia que a gente acorda pra notícia dessas, mas quando acontece, dói na alma. Em Xexéu, no agreste pernambucano, uma mulher foi algemada pela polícia depois que a vizinhança não aguentou mais ouvir o desespero das crianças. Aos 32 anos, ela é acusada de bater nos próprios filhos e depois deixá-los à própria sorte - coisa que nenhum ser humano com um pingo de coração faria.
Segundo os agentes que atenderam a ocorrência, a casa parecia um cenário de filme de terror. "Quando chegamos, as crianças estavam assustadas, com marcas pelo corpo", contou um dos PMs, que preferiu não se identificar. O mais novo, de apenas 4 anos, tinha hematomas no braço. O outro, de 7, apresentava arranhões no rosto.
Vizinhos não aguentaram mais
Foi o grito de socorro de uma senhora aposentada que botou a polícia na cola da suspeita. "Todo dia era briga, criança chorando, e aquela mulher gritando palavrão", desabafou Maria do Carmo, 68 anos, que mora ao lado. Até que na quarta-feira (13), o barulho foi diferente - e o desfecho, trágico.
Os pequenos foram encaminhados pra casa de um tio, enquanto a mãe foi levada pra delegacia. Lá, a defesa dela tentou argumentar que "era só uma bronca", mas o delegado não comprou a história. "Isso não é educar, é tortura", rebateu o responsável pelo caso.
O que diz a lei
Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, maus-tratos podem render de 2 a 8 anos de cadeia. Mas aqui no Brasil a gente sabe como é - a justiça às vezes demora, e casos assim acabam caindo no esquecimento. Será que dessa vez vai ser diferente?
Enquanto isso, os meninos seguem traumatizados. Psicólogos do CREAS já estão acompanhando o caso, mas alguns danos - esses a gente sabe - não se apagam com terapia. Fica a pergunta: que tipo de sociedade estamos construindo quando coisas assim ainda acontecem?
