Lula joga a bola para o Congresso e diz que anistia não depende do Planalto
Lula diz que anistia é decisão do Congresso, não do Planalto

E aí, quem manda nesse país? O presidente Lula deixou bem claro nesta quinta-feira que, quando o assunto é anistia, a batata quente não fica no Planalto.

Ao ser encurralado por jornalistas — naquele estilo cerimônia de chegada, sabe como é —, o mandatário simplesmente passou a responsabilidade para as barrigas do Congresso Nacional. "Essa discussão tem que ser feita no Congresso Nacional", soltou, sem rodeios.

E não foi só uma frase solta não. Ele reforçou: "Não é o presidente da República que concede anistia. É o Congresso Nacional". Pronto. Jogou a toalha — ou melhor, o poder — no colo dos parlamentares.

O contexto que não sai dos holofotes

Todo mundo sabe que o tema é espinhoso. Desde aqueles eventos lamentáveis de 2023, a discussão sobre perdoar ou não envolvidos nos ataques aos Três Poderes virou uma espécie de fantasma que assombra o centro do poder.

Lula, esperto como sempre, não deu bandeira. Não confirmou, não negou, não deu pista sobre o que pensa. Só reiterou que, na visão dele, a canetada final não é — e nunca foi — do Executivo.

E o Congresso, hein?

Agora a bola está com os deputados e senadores. E convenhamos: não vai ser um jogo fácil. Com a casa dividida entre governistas e oposicionistas, qualquer proposta de anistia promete virar um cabo de guerra dos grandes.

Aliás, alguns parlamentares já começaram a reagir. Uns acham que Lula está sendo "institucionalmente correto". Outros — principalmente da oposição — acusam o presidente de "lavar as mãos" num tema tão sensível.

É aquela velha história: cada um puxa a brasa para sua sardinha.

O que esperar?

Bom, se depender do Planalto, o assunto vai ficar rolando no Legislativo por um bom tempo. Lula não mostrou pressa — muito menos vontade — de entrar nessa fria.

Enquanto isso, o tema segue como pano de fundo de todas as discussões políticas em Brasília. Porque, vamos combinar, anistia não é coisa simples. Mexe com feridas abertas, questões jurídicas delicadas e, claro, muito, muito jogo político.

Restou a sensação de que o presidente — sagaz como é — preferiu não queimar seu filme. Deixou o Congresso com a incumbência de decidir sobre um tema que, independente do resultado, vai deixar alguém muito insatisfeito.

Typical Brasília, não?