
Pois é, meus amigos. A história prega peças que nem o mais criativo dos roteiristas seria capaz de inventar. Nesta quinta-feira, a Justiça Eleitoral simplesmente desferiu um golpe que vai ecoar pelos corredores do poder por muitas e muitas décadas.
Jair Bolsonaro, o capitão que virou presidente, agora carrega nas costas uma sentença de 27 anos e três meses de prisão. Não, você não leu errado. Vinte e sete. E mais três meses.
O caso? Ah, o caso é daquelas coisas que a gente até já meio que esqueceu, mas que o judiciário, evidentemente, não. A live maldita com embaixadores. Lembram? Julho de 2022, um calor de rachar, e o então presidente resolveu soltar um verborrágico sem pé nem cabeça sobre as urnas eletrônicas. Na frente de diplomatas internacionais, ainda por cima.
O ministro Benedito Gonçalves, do TSE, não teve dúvidas. Classificou o discurso como uma "fraude de natureza midiática". Uma tentativa clara, segundo ele, de semear a desconfiança no processo eleitoral muito antes da hora da votação. Um movimento calculado, premeditado. Algo que fede a má-fé de longe.
E o detalhe que corta como uma faca: a condenação não é só pela live. É por todo o contexto. O ambiente de tensão que já se respirava, os ataques constantes às instituições, aquele clima pesado de que "algo ruim estava por vir". A live foi a gota d'água, a materialização de um projeto de desestabilização.
Os crimes são os de vilipêndio ao Estado Democrático de Direito e de conexão com organizações criminosas. Soa pesado? Pois é porque é pesado mesmo. Não se trata de uma multa de trânsito ou de uma pequena irregularidade. É a acusação máxima para um chefe de Estado.
E agora? Bem, a bola está com o STF. Cabe à Corte Suprema dar o aval final ou não à sentença. Um imbróglio jurídico daqueles que vai render meses de análise, discussões acaloradas e, com certeza, muito bate-boca nas redes sociais.
O que isso significa para o Brasil? Cara, é difícil dizer. É um daquês momentos que a gente só vai entender direito daqui a vinte anos, olhando para trás. Mas uma coisa é certa: o país acabou de virar uma página crucial da sua história democrática. O fantasma do autoritarismo foi confrontado de frente, com todas as letras da lei.
O silêncio de Bolsonaro, até agora, é ensurdecedor. E o país inteiro segura a respiração, tentando digerir o tamanho do terremoto.