
O placar eletrônico do Supremo Tribunal Federal não para de girar, mas é a voz incisiva do ministro Alexandre de Moraes que está ecoando nos corredores do poder. Nesta terça-feira, algo mudou no ritmo do julgamento que investiga os ataques golpistas de 8 de janeiro. Moraes não está apenas votando – está ensinando uma masterclass em direito constitucional.
E que timing! Logo quando os holofotes começavam a se mover para outros escândalos, ele trouxe à tona detalhes que deixaram até os mais céticos de queixo caído. A sessão transformou-se num daqueles momentos decisivos, sabe? Quando você percebe que a história está sendo escrita na sua frente.
O peso das palavras
Não foram apenas votos. Cada palavra do ministro soava como um martelo ecoando na sala – preciso, calculado e devastador. Ele destacou, com uma clareza que corta como vidro, como os réus não eram meros espectadores. Eles estavam no centro da tempestade, alimentando-a com ações concretas e intencionais.
Uma coisa é certa: ninguém sairá ileso desta leitura. Moraes citou nominalmente os envolvidos, descrevendo papéis que vão desde o planejamento logístico até a execução prática do caos. E fez questão de lembrar: tudo estava registrado. Em mensagens, em vídeos, em documentos que agora se tornaram a espinha dorsal da acusação.
Os pontos que mais doeram
- Coordenação e financiamento: O ministro foi taxativo ao demonstrar como os recursos foram mobilizados para custear a invasão. Não foi espontâneo – foi orquestrado.
- Chamadas públicas à violência: As provas mostram que os réus não apenas incitaram, mas celebraram a destruição como se fosse um espetáculo.
- Envolvimento pós-fatos: Muitos continuaram a agir mesmo após a decretação de estado de emergência, desafiando abertamente a ordem judicial.
Não é todo dia que se vê um ministro do STF destrinchando provas com tanto vigor. Parecia menos um voto e mais uma aula – dura, direta e sem espaço para meias-palavras. Quem acompanhou a sessão saiu com a nítida impressão de que o tribunal não está brincando de julgamento.
E agora? O placar segue aberto, outros ministros ainda votarão. Mas depois do que Moraes apresentou, fica difícil imaginar um caminho de volta para a defesa. A menos, é claro, que surja algo realmente extraordinário – e duvido muito que isso aconteça.
O Brasil ainda vai digerir esse capítulo por um bom tempo. E se depender do relator, ninguém esquecerá tão cedo o que aconteceu aqui.