
A violência contra quem deveria nos proteger atingiu um patamar insuportável. Não é exagero — é pura realidade. A execução brutal de um ex-delegado na Baixada Santista, na última quarta-feira, não foi um episódio isolado. Foi o estopim.
E o que se faz quando a linha que separa a lei do crime parece se dissolver? O deputado estadual Campos Machado (PL) resolveu agir. Apresentou um projeto de lei na Assembleia Legislativa de São Paulo que, francamente, já deveria existir há tempos.
O cerne da proposta: blindagem legal imediata
A ideia não é reinventar a roda, mas sim colocar pneus novos num carro que já vem capengando. O texto prevê a criação de um programa estadual de proteção a agentes de segurança pública — e até mesmo a seus familiares — que estejam sob ameaça real em função do trabalho.
Imagina só: você dedica a vida a combater o crime, e no fim do dia é sua família que paga o preço? Acontece. E com uma frequência assustadora.
- Medidas concretas: O programa não é só um papel bonito. Prevê desde escolta armada e esquema de vigilância até, nos casos mais graves, a realocação temporária do agente e da família para um local seguro.
- Quem decide? Caberia a uma junta de especialistas — incluindo representantes da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Civil — analisar cada caso e definir o nível de proteção necessário. Nada de decisão unilateral.
- Velocidade é chave: O projeto enfatiza a necessidade de um protocolo de ação rápida. Porque ameaça não espera tramitação burocrática.
O caso do ex-delegado Roberto Raimundo, executado a tiros em frente ao próprio prédio, foi a gota d'água. Mas quantos outros casos ficaram só no registro de ocorrência? Machado foi direto: "É inaceitável que aqueles que arriscam a vida pela nossa segurança fiquem totalmente expostos".
Um problema que vai além das estatísticas
Isso aqui não é sobre números. É sobre medo. É sobre o policial que olha pelo retrovisor no caminho para casa, ou a família que muda de rotina constantemente. A sensação de vulnerabilidade corrói por dentro.
O projeto agora segue para as comissões técnicas da Alesp. Vai passar pela análise da Conseg (Comissão de Segurança Pública), onde provavelmente enfrentará debates acalorados. O tema é espinhoso — envolve orçamento, logística e, claro, uma pitada de política.
Enquanto isso, nas ruas, agentes seguem trabalhando. Com um olho no serviço e outro nas costas. A pergunta que fica é: até quando?