O clima em Brasília está mais tenso do que uma corda de violino em show de rock. E não é para menos. O presidente Lula, em um daqueles momentos de franqueza que deixam todo mundo de orelha em pé, soltou o verbo sobre um assunto que anda dando o que falar nos corredores do poder.
— Pode ficar certo de uma coisa — disparou o chefe do Executivo, com aquela convicção que só décadas de política proporcionam —, se um projeto desses chegar até mim, vai levar um veto na hora. Nem penso duas vezes.
E não, ele não estava falando de aumento de imposto ou reforma administrativa. O assunto, muito mais espinhoso, é a possibilidade — ainda que remota — de anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro por eventualmente você sabe o quê.
O estopim dessa bomba? Rumores de que alguns parlamentares, daqueles que sempre aparecem em ano que vem tem eleição, estariam cozinhando algo nos bastidores. Lula, claro, cortou o mal pela raiz. Na verdade, nem deixou brotar.
O Palácio do Planalto não brinca em serviço
A posição não é exactly uma surpresa, mas a veemência sim. A declaração foi dada durante uma conversa com jornalistas, daquelas informais que sempre rendem as manchetes mais suculentas. E rendeu.
— Essa história de anistia não cola. O país precisa virar a página, mas não pode rasgá-la — filosofou o presidente, entre um gole de café e outro.
O recado, direto e sem rodeios, ecoou como um trovão no cerrado. E deixou claro que, enquanto ele estiver na cadeira presidencial, certas histórias não terão o final que alguns esperam.
E o Congresso? Bem… o Congresso como sempre
Do outro lado, na Câmara e no Senado, a reação foi — como sempre — um misto de silêncio constrangedor e murmúrios discretos. Uns apoiam a firmeza presidencial, outros torcem o nariz. A maioria, porém, prefere não falar no assunto. Melhor não criar caso.
O fato é que a bola agora está com o Legislativo. Alguém vai ter a coragem — ou a temeridade — de apresentar um projeto desses sabendo que vai levar um não redondo do Planalto? A política brasileira já viu coisas mais estranhas, mas essa parece difícil.
Enquanto isso, o país segue seu rumo, entre crises e esperanças, sempre com a política nos surpreendendo quando menos esperamos. E hoje, foi Lula quem deu o espetáculo.
