O Brasil que não superou: assassinatos políticos ainda assombram a democracia
Assassinatos políticos: o fantasma que persiste no Brasil

O fantasma do assassinato político não é coisa do passado no Brasil — ele anda por aí, assombrando nossos dias com uma presença incômoda e persistente. A gente até tenta fingir que não vê, mas ele está lá, nos cantos escuros da nossa democracia, lembrando que algumas feridas nunca fecharam direito.

Quem diria, não é? Num país que se imagina moderno e civilizado, ainda temos que lidar com a brutalidade crua de crimes que tentam calar vozes. E o pior: muitas vezes, esses crimes ficam por isso mesmo, sem respostas, sem justiça.

Quando a história se repete (e não é bonito)

Lembra do caso Marielle Franco? Pois é. Quase seis anos se passaram e ainda estamos aqui, esperando por respostas que teimam em não chegar. Um crime que chocou o mundo inteiro, executado com uma frieza que dá arrepios. E os mandantes? Bem… seguem nas sombras, protegidos por um muro de silêncio que parece intransponível.

Não é de hoje que o Brasil lida com esse tipo de tragédia. Nos anos 70, durante a ditadura, opositores sumiam ou apareciam mortos — e ninguém podia perguntar muito. Mas e hoje, em plena democracia? A gente se pergunta: será que evoluímos mesmo?

O padrão que se repete: impunidade e silêncio

O que mais dói não é apenas a violência, mas a sensação de que alguns crimes são “mais iguais” que outros. Enquanto um assalto a banho vira notícia e os culpados são caçados, assassinatos políticos frequentemente viram estatísticas poeirentas em arquivos esquecidos.

É como se houvesse uma linha invisível separando as vidas que importam daquelas que podem ser descartadas sem maiores consequências. E essa percepção — ah, essa percepção — corrói a confiança nas instituições de um jeito que talvez nem percebamos direito.

Os números que contam histórias tristes

Desde 2016, sabe quantos casos de assassinatos com características políticas pipocaram por aí? Mais de vinte. Vinte vidas interrompidas porque alguém não gostou do que elas diziam, defendiam ou representavam.

  • Vereadores
  • Líderes comunitários
  • Activistas ambientais
  • Defensores de direitos humanos

Cada um com uma história, uma família, sonhos… reduzidos a manchetes e investigações que, não raro, esfriam com o tempo.

O mecanismo do medo

É exatamente isso que esses crimes buscam: semear o medo. Criar um clima onde falar alto demais pode custar caro. E funciona, não adianta negar. Quantas pessoas deixam de se posicionar porque lembram do que aconteceu com fulano ou ciclano?

O silêncio vira moeda de troca, e a democracia — essa frágil construção humana — perde um pouco da sua força cada vez que aceitamos essa lógica perversa.

E as investigações? Como vão?

Pois é… essa é a pergunta que não quer calar. Em alguns casos, avanços acontecem — devagar, muito devagar, mas acontecem. No caso Marielle, após anos de pressão e cobrança, alguns executores foram identificados e presos. Mas e os mandantes? Os que ordenaram, planejaram, pagaram?

Ah, esses seguem como fantasmas — presentes, influentes, mas intocáveis. E enquanto não forem responsabilizados, a mensagem que fica é clara: no Brasil, matar por poder pode, sim, sair barato.

Não se engane: o assassinato político não é resquício de uma era sombria que ficou para trás. Ele se adaptou, vestiu novas roupagens, mas continua entre nós — um lembrete mórbido de que nossa democracia ainda tropeça em vícios antigos.

Enquanto a impunidade for a regra, esse fantasma vai continuar assombrando nosso presente e ameaçando nosso futuro. E a pergunta que fica é: até quando vamos aceitar isso calados?