
Não era um sábado qualquer na orla de Copacabana. O que começou com algumas poucas pessoas por volta das 10h da manhã rapidamente — e eu digo RAPIDAMENTE — se transformou em um mar de gente. Uma daquelas cenas que a gente não esquece fácil.
Pelos cálculos mais modestos, eram pelo menos cinco mil almas. Mas entre um grupo e outro, quem estava lá juraria de pés juntos que esse número era bem, bem maior. A energia? Absolutamente elétrica.
O Grito que Ecoou pelo Calçadão
O motivo que trouxe tanta gente pra rua não era único — e talvez essa fosse justamente a força do movimento. A insatisfação era geral, um sentimento compartilhado que uniu vozes diversas. Tinha gente protestando contra a carestia, o preço do feijão que não para de subir. Outros levantando bandeiras por mais investimento em saúde e educação, aquilo que a gente chama de o básico, né?
E olha, não foi nada daqueles protestos silenciosos. A música alta, os tambores, os cantos… era impossível não parar pra olhar. Os carros buzinavam em apoio, e até quem só passava acabava ficando. Um verdadeiro caldeirão cultural fervendo sob o sol carioca.
Organização e (Quase) Nenhum Incidente
Aqui vai o que me impressionou: mesmo com uma multidão daquelas, a coisa toda correu surpreendentemente tranquila. A organização foi nota dez. A PM — que diga-se de passagem, montou um esquema pesado — conseguiu fechar vias importantes sem maiores transtornos. O trânsito, claro, ficou um caute lá pelas redondezas, mas até que fluiu.
Nada de confusão, nada de baderna. Apenas cidadãos exercendo o direito de se manifestar, e fazendo isso com uma vibração tipicamente carioca: alto, mas pacífico. Uma prova viva de que protesto e respeito podem, sim, andar juntos.
Quando o último grupo deixou a areia por volta das 16h, a sensação era de missão cumprida. A mensagem foi enviada, e com uma força que dificilmente será ignorada. O Rio mostrou mais uma vez que sabe lutar pelo que acredita — e faz isso com aquele jeito inconfundível que só ele tem.