
O segundo dia do julgamento que tem o país grudado na tela da TV foi, para resumir em uma palavra, intenso. Os advogados de Jair Bolsonaro e dos generais envolvidos no suposto esquema para manter o ex-presidente no poder descarregaram suas críticas—e como foram duras.
No centro do furacão, a tal da delação premiada do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. A defesa não poupou esforços para tentar furar o balão da colaboração, tratando-a como um instrumento frágil, cheio de furos e motivações duvidosas. “Onde estão as provas concretas?”, ecoou no plenário, uma pergunta que se repetiu como um refrão incômodo.
O Espetáculo da Defesa
Não foi só a delação que levou chumbo. A conduta do ministro Alexandre de Moraes, que comanda a sessão com pulso firme—alguns diriam férreo—também foi alvo de questionamentos ácidos. A estratégia da defesa parece clara: atacar não só o conteúdo das acusações, mas o próprio processo e quem o conduz.
E os generais? Bom, a linha de defesa deles seguiu um caminho parecido: negar, negar e negar. Afirmaram, com todas as letras, que não havia nenhum plano organizado, nenhuma tentativa de golpe. Apenas discussões, reuniões de trabalho—coisa normal de governo, segundo eles. Soa familiar?
O Outro Lado da Moeda
Claro, a acusação não ficou parada. Para o procurador-geral da República, Jorge Messias, as peças do quebra-cabeça se encaixam perfeitamente. Ele enxerga uma narrativa clara e coordenada, um esforço consciente para desestabilizar as instituições e burlar a vontade das urnas. Messias defende que as provas colhidas nas buscas e apreensões—não só a delação—são robustas e contundentes.
O clima no Supremo? Dá para cortar com uma faca. A tensão é palpável, e cada fala parece carregada de um peso enorme. Este julgamento vai muito além dos envolvidos diretamente; ele define um capítulo crucial da nossa democracia.
E agora? O Brasil espera, segura a respiração. Os próximos capítulos prometem—e como prometem—ainda mais revelações e embates. Fique ligado.