
O plenário do Supremo Tribunal Federal virou um verdadeiro campo de batalha jurídico nesta quarta-feira. E que batalha! As defesas dos acusados na chamada trama golpista saíram com tudo para cima da delação premiada do ex-ministro Cid Gomes, num movimento que mistura direito penal puro com alta tensão política.
Não foi nada amistoso. Os advogados—e olha, alguns são pesados, daqueles que você não quer encontrar do outro lado—classificaram o acordo de colaboração como "frágil, inconsistente e convenientemente montado". A palavra cerceamento de defesa ecoou pela sala, dita com uma convicção que fez até os mais distraídos prestarem atenção.
O X da Questão: A (Inexistente) Conexão com 8 de Janeiro?
Eis onde o calo aperta. As defesas foram categóricas—e usaram um tom quase de indignação—para negar qualquer ligação entre seus clientes e os ataques de 8 de janeiro. "Não há um fio de prova que amarre esses eventos", disparou um dos defensores, num momento que pareceu saído de um thriller jurídico.
Eles argumentam, com certa razão do ponto de vista técnico, que jogar tudo no mesmo saco—o suposto golpe e a invasão—é um erro processual gravíssimo. Confunde o júri e prejudica o direito a um julgamento justo. Será que a narrativa pública sobre aquele dia catastrófico está influenciando o banco dos réus?
- Questionam a motivação: A delação surgiu de um desejo genuíno de colaborar ou foi uma jogada estratégica para obter benefícios?
- Apontam contradições: As versões apresentadas estariam cheias de lacunas e mudanças sutis.
- Defendem a dissociação dos fatos: Os eventos de 8 de janeiro são um capítulo triste à parte, segundo eles.
O clima no STF? Carregado. Dá pra sentir o peso das palavras e das consequências do que está sendo dito ali. Cada argumento parece uma peça de xadrez num jogo que vai muito além daquela sala.
E Agora, José?
O que esperar dos próximos capítulos? Os ministros do Supremo têm nas mãos um quebra-cabeça complexíssimo. Precisam separar o que é lawfare do que é apuração legítima, o que é narrativa política do que é evidência concreta.
Uma coisa é certa: o julgamento da trama golpista promete muito mais reviravoltas. E o Brasil todo—de norte a sul, dos gabinetes presidenciais aos botecos—está com os olhos grudados nesse processo que, vamos combinar, é histórico.