E então, eis que a defesa de Braga Netto resolveu jogar uma bomba no tabuleiro jurídico. Não foi algo discreto, não. Eles basicamente entraram com um pedido afirmando que a delação premiada de Mauro Cid — aquele ex-ajudante de ordens do Bolsonaro que tá há tempos no centro das atenções — está, nas palavras deles, "viciada". E não é pouco viciada, hein? Eles querem anulação total.
O que está por trás disso? Bom, os advogados soltaram a franga. Alegam que o acordo de colaboração foi firmado sob uma pressão danada, uma verdadeira coerção. Dizem que o Cid tava com a corda no pescoço, com medo de uma condenação pesada, e que isso afetou a liberdade dele de falar — ou de calar a boca, né?
E tem mais: a defesa aponta — e isso é crucial — que o conteúdo da delação é cheio de furos. Inconsistências gritantes, contradições que não batem. Coisa que, segundo eles, enfraquece qualquer valor probatório que a Justiça queira dar. Não é à toa que pedem a anulação, claro.
Mas espera aí, o que isso significa na prática?
Se o juiz comprar a ideia, a delação vai pro ralo. E sem essa prova, todo o caso contra o Braga Netto — e provavelmente contra outras figuras — desmorona. É um daqueles momentos em que uma jogada judicial vira uma peça chave no xadrez político.
Não é de hoje que colaborações premiadas são alvo de críticas. Muita gente desconfia que elas são mais um instrumento de pressão do que de justiça de fato. E esse caso só joga gasolina na fogueira dessa discussão.
O clima no tribunal deve estar tenso. De um lado, a defesa do Netto querendo descartar uma prova-chave. Do outro, a Procuradoria tentando segurar as pontas. E no meio, um monte de gente tentando entender no que vai dar essa novela.
É aquela velha história: a Justiça move-se devagar, mas quando mexe, vira o jogo. E aqui, o jogo pode virar de um jeito que ninguém esperava.
