
Olha, a coisa esquentou de verdade em Brasília. E não foi pouco. Uma declaração do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, simplesmente detonou um mal-estar daqueles no plenário do Supremo Tribunal Federal. O assunto? Uma possível anistia a multas eleitorais – um tema que, convenhamos, é uma mina terrestre política.
O que ele disse exatamente? Bom, circula por aí que Nogueira comentou, em algum evento, que o Planalto poderia "dar uma mão" na questão. Só que essa suposta "mão" foi entendida como uma intromissão direta do Executivo em assuntos que cabem à Justiça Eleitoral. E aí, meu amigo, o buraco é mais embaixo.
O Climão no Supremo
A reação entre os ministros do STF não foi de surpresa, foi de pura irritação. E quem parece ter ficado particularmente exaltado foi o ministro Luís Roberto Barroso. A informação que corre nos corredores do poder é que a fala foi recebida como um verdadeiro ultraje, um passo longe demais.
Barroso, conhecido por não ficar quieto quando sente cheiro de interferência, teria visto na declaração um sinal perigoso. Algo como: "O Executivo quer meter a colher onde não é chamado". E isso, num país com a história institucional do Brasil, é recebido com a maior desconfiança possível.
Não é de hoje que a relação entre os Poderes anda mais tensa que corda de viola. Mas essa... essa foi de lascar. Parece que jogaram gasolina na fogueira.
O que Significa essa Tal 'Ajuda'?
A grande questão que todo mundo está tentando decifrar é: o que o ministro quis dizer com "ajuda"? Seria um projeto de lei? Uma medida provisória? Um simples comentário solto, desses que saem pela culatra?
O problema é que, no atual clima político, nenhuma interpretação é inocente. Tudo vira arma. Tudo vira sinal. De um lado, uns veem um governo tentando flexibilizar regras para beneficiar aliados. De outro, poderia ser apenas uma fala infeliz, sem maior intenção. Mas, entre nós, em Brasília, nada é "apenas" uma fala.
O silêncio oficial depois da polêmica só aumentou a especulação. O Palácio do Planalto não se manifestou claramente, o que deixou o campo livre para todo tipo de rumor. E o STF, coitado, ficou ali, com a batata quente na mão, tentando não se queimar.
E Agora, José?
Para onde vai essa crise? Difícil dizer. O certo é que o episódio jogou uma luz crua sobre a fragilidade do diálogo entre os Poderes. Barroso e outros ministros deixaram claro, mesmo que não oficialmente, que não vão engolir quietos qualquer tentativa de pressionar a autonomia do Judiciário.
É daquelas situações em que um fio desencapa e pode causor um curto-circuito generalizado. E o momento, economicamente delicado, politicamente polarizado, não precisa de mais isso. Precisa?
O que se espera agora é um recuo tático, uma explicação, ou pelo menos um sinal de que os ânimos serão acalmados. Porque senão, isso aqui vai virar uma bola de neve – e no calor de Brasília, neve derrete e vira enchente.