
Numa atmosfera de expectativa que toma conta do país, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, deu um tom quase sereno ao falar sobre um dos processos mais explosivos dos últimos tempos. E olha que não é pouca coisa.
Em declarações que soaram mais como um professor explicando um tema complexo do que um magistrado diante de uma crise institucional, Barroso deixou claro que o julgamento dos réus acusados de participar da tal trama golpista não vai virar um espetáculo. Nada de histeria. Nada de dramaticidade desnecessária.
O que esperar dos próximos capítulos?
Pois é. O ministro — que também preside o TSE — falou com uma calma que quase chega a ser surpreendente. Mas não se enganem: serenidade não significa leniência. Longe disso. Segundo ele, tudo vai correr dentro dos trâmites legais, com respeito às normas e, acima de tudo, com técnica.
“A ideia é que as coisas aconteçam com naturalidade”, comentou, quase como quem não quer fazer muito alarde. Mas é claro que todo mundo sabe que por trás dessa tranquilidade aparente há um furacão de interrogatórios, alegações finais e decisões que podem mudar rumos.
E não para por aí. Barroso ainda fez questão de destacar que o sistema judicial brasileiro — ah, o nosso sempre questionado Judiciário — está preparado para lidar com casos dessa magnitude. Parece até mensagem tranquilizadora para quem ainda acredita que tudo pode descarrilar a qualquer momento.
E os réus? Como ficam?
Bom, aí é que está. O ministro não entrou em detalhes sobre prazos ou possíveis condenações — até porque não caberia a ele adiantar esse tipo de coisa. Mas reafirmou que o andamento será contínuo, sem pressa, mas também sem morosidade desnecessária.
Aliás, ele usou uma expressão que chamou atenção: “o tempo da Justiça não é o mesmo tempo da política”. Quase uma poesia procedural, não? É como se dissesse que, enquanto alguns esperam por espetáculo, o que virá é um processo — no sentido técnico mesmo.
E olha, numa época em que notícias falsas e distorções dominam o debate, ouvir um ministro do STF falar em “serenidade” soa quase revolucionário. Ou no mínimo, refrescante.
Restar saber se, de fato, o clima será tão tranquilo quanto prometido — ou se a pressão política, midiática e popular vai acabar influenciando o ritmo dos trabalhos. Barroso parece acreditar na primeira opção.
Como sempre, o tempo dirá.