
O clima em Brasília? Tenso. Enquanto os holofotes da mídia se voltam para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, nos corredores do Congresso Nacional rola um silêncio… estranho. Um daqueles silêncios que falam mais alto que gritaria.
E no meio disso tudo, um projeto praticamente esquecido na gaveta tenta ganhar fôlego: o PL 4.900/2023, a famosa – ou infame – proposta de anistia. Mas será que ele sobrevive a esse turbilhão político?
O que está em jogo no projeto?
Bom, a ideia central do texto, apresentado pelo deputado Marco Brasil (PL-RJ), é perdoar multas e penalidades aplicadas durante a pandemia. Sim, aquelas por descumprir regras sanitárias. Só que, cá entre nós, o timing não poderia ser pior.
Com o ex-presidor no banco dos réus, qualquer movimento pró-anistia soa como um tiro no pé. Ou melhor, no projeto.
E o Congresso? O que diz?
Pouca coisa, na real. A comissão especial que analisa a proposta simplesmente… parou. Travou. Não avança. E não é por falta de tentativa.
O relator, deputado Covatti (PP-RS), já soltou até parecer favorável, mas aí veio o julgamento no STF e – puf! – tudo congelou. Até as conversas informais esfriaram. Ninguém quer associar sua imagem a esse tema minado.
E o Planalto? Alguém lembra deles?
Pois é. O governo Lula, até onde se sabe, não meteu a colher de forma aberta. Mas não se engane: nos bastidores, a orientação é clara. Deixem quieto. Deixem morrer? Quem sabe.
Afinal, defender anistia agora seria praticamente assinar um atestado de apoio à retórica bolsonarista – e isso, convenhamos, não está nos planos de ninguém do Palácio do Planalto.
E o futuro? Tem saída?
Difícil. Muito difícil. Até líderes partidários admitem, em off, que o projeto virou uma espécie de abacaxi. Quanto mais o julgamento de Bolsonaro se arrasta, menos chance a anistia tem.
Não é só medo de repercussão. É cálculo eleitoral puro. Ninguém quer carimbar sua candidatura com um vote impopular num momento tão… polarizado.
Resumindo? O projeto até existe no papel, mas na prática, parece mais um fantasma – assombra os corredores, mas ninguém quer encarar. E com o STF no centro do debate, é provável que ele continue mofando na gaveta. Pelo menos por enquanto.