Anistia de R$ 60 bi: Líder do PL coloca votação em pauta e articula relator do centrão
Anistia de R$ 60 bi: PL coloca votação em pauta com relator do centrão

Eis que o clima em Brasília fica mais quente que o habitual — e não é por causa do tempo seco. O líder do governo Lula na Câmara, deputado José Ricardo (PT-AM), deu um passo que pegou muita gente de surpresa: resolveu colocar em votação, ainda esta semana, o polêmico projeto de anistia de dívidas de estados e municípios.

Não é pouca coisa, viu? Estamos falando de uma medida que pode chegar a impressionantes R$ 60 bilhões. Sessenta bilhões! Dinheiro que, convenhamos, não cai do céu — embora alguns pareçam acreditar nisso.

Mas o que realmente chamou atenção foi a jogada política por trás da manobra. Motta, que é do PL — partido que, convenhamos, nem sempre caminha de mãos dadas com o Planalto —, decidiu que a relatoria do projeto ficará com um deputado do centrão. Sim, aquele bloco que todo mundo sabe ser decisivo para qualquer coisa que queira passar neste Congresso fragmentado.

Por que a pressa?

Boa pergunta. O governo alega que a medida é urgente para aliviar as contas de prefeituras e governos estaduais, muitos deles à beira de um colapso financeiro — especialmente os menores, que dependem fortemente de transferências federais.

Mas os críticos não engolem a história fácil. Dizem que a anistia, na prática, premia a má gestão e cria um precedente perigoso. "É como dar carta branca para que outros Estados contraiam dívidas sem controle, na esperança de um novo perdão no futuro", disparou um economista que preferiu não se identificar.

O jogo político por trás dos números

Ah, a política… Sempre ela. Analistas ouvidos nos corredores do Congresso suspeitam que a movimentação tem mais a ver com a construção de base de apoio para o governo do que com preocupação fiscal genuína.

Não é segredo que Lula precisa de votos para suas pautas prioritárias — e o centrão, bem… o centrão sempre cobra seu preço. Será que a anistia bilionária seria parte desse pagamento?

O relator, que será escolhido entre os partidos de centro, terá a tarefa hercúlea de convencer colegas reticentes — muitos deles preocupados com o impacto fiscal da medida num momento em que o mercado já está de olho nas contas públicas.

O que vai acontecer? Difícil dizer. Em Brasília, até o último minuto tudo pode mudar. Mas uma coisa é certa: a discussão promete esquentar os ânimos no Plenário da Câmara nesta semana.

Fique de olho. Esta votação pode definir muito mais do que o perdão de dívidas — pode sinalizar os rumos da relação entre governo e Congresso nos próximos meses.