O plenário do Supremo Tribunal Federal virou palco de um verdadeiro embate retórico nesta quarta-feira. Os advogados de defesa chegaram com tudo—e cada um trouxe na manga um jeito particular de encarar as acusações. Não foi só discurso bonito: teve de tudo, desde questionamentos técnicos até apelos emocionais.
Num momento que lembra um jogo de xadrez em alta tensão, as estratégias se dividiram. Uns focaram em brechas processuais—aqueles detalhes que só olho treinado percebe. Outros foram pela via do contexto histórico, tentando relativizar os supostos crimes. E claro, não faltou quem apelasse para a comoção, destacando supostos excessos na investigação.
Os argumentos que ecoaram na corte
Numa jogada ousada, parte da defesa tentou desqualificar provas digitais, alegando que “não há como confirmar a autenticidade de mensagens sem adulteração”. Outros rebateram a tipificação do crime de golpe, insistindo que houve apenas “manifestação política legítima, ainda que contundente”.
E não parou por aí. Teve quem levantasse a bandeira da liberdade de expressão, argumentando que planos e opiniões—por mais radicais que soem—não configuram, por si só, ação efetiva contra o Estado. “Opinião não é crime”, ecoou um dos advogados, em tom quase professoral.
O contra-ataque do Ministério Público
Do outro lado, a acusação não ficou quieta. Lembraram que o caso não se resume a palavras soltas—mas a supostos combinados concretos, reuniões secretas e planos de intervenção que, se realizados, teriam abalado a ordem democrática. “Isso aqui não é teatro, é processo penal”, disparou um procurador, secamente.
E assim seguiu o dia: um vai e vem de citações legais, precedentes judiciais e—por que não?—alguns dramaticidades à la cinema hollywoodiano. No fim, o que ficou claro é que ninguém está medindo esforços. De nenhum dos lados.
O julgamento segue—e o país acompanha, com aquele misto de curiosidade e apreensão que só os grandes casos provocam.
