Venezuela rompe acordo com Trinidad e Tobago após exercícios militares com EUA
Venezuela rompe acordo com Trinidad e Tobago

Em uma decisão que acirra os ânimos no Caribe, a Venezuela anunciou a ruptura imediata de um importante acordo de cooperação com Trinidad e Tobago. O motivo: a realização de exercícios militares conjuntos entre a nação caribenha e os Estados Unidos.

Crise diplomática no Caribe

O governo de Nicolás Maduro não mediu palavras ao justificar a medida. Através do ministro das Relações Exteriores, Yván Gil, Caracas classificou as manobras militares como uma "grave e perigosa provocação" que representa uma ameaça direta à paz regional.

O acordo suspenso permitia a Trinidad e Tobago patrulhar águas venezuelanas para combater o tráfico de drogas e outros crimes transnacionais. Um mecanismo de cooperação que, até então, era considerado bem-sucedido por ambas as partes.

Reação imediata de Trinidad e Tobago

Do outro lado do mar Caribe, o governo de Trinidad e Tobago expressou "surpresa e decepção" com a decisão venezuelana. Em comunicado oficial, as autoridades destacaram que os exercícios militares com os EUA eram de natureza rotineira e não representavam ameaça a nenhum país.

"Nossa política externa sempre foi baseada no respeito mútuo e na não interferência nos assuntos internos de outras nações", afirmou o primeiro-ministro Keith Rowley.

O contexto geopolítico

Esta não é a primeira vez que a Venezuela demonstra irritação com a presença militar norte-americana na região. Caracas mantém relações tensas com Washington há anos, especialmente após as sanções econômicas impostas pelos EUA.

Analistas internacionais observam que a ruptura do acordo ocorre em um momento particularmente delicado:

  • Eleições presidenciais na Venezuela estão marcadas para julho
  • Tensões fronteiriças com a Guiana sobre a região de Essequibo continuam aquecidas
  • Pressão internacional sobre o governo Maduro permanece forte

Impactos na segurança regional

A suspensão do acordo levanta preocupações sobre o aumento das atividades ilícitas no Caribe. Sem a cooperação bilateral, o monitoramento do tráfico de drogas e de imigrantes pode ser significativamente prejudicado.

"Esta decisão cria um vazio de segurança que pode ser explorado por organizações criminosas", alerta um especialista em segurança caribenha que preferiu não se identificar.

O episódio revela como as tensões geopolíticas globais continuam a influenciar as relações entre países do Caribe, transformando a região em um tabuleiro de xadrez onde grandes potências e nações locais disputam influência.