O futuro do ministro do Turismo, Celso Sabino, no União Brasil será definido nesta segunda-feira (8). A executiva nacional do partido se reúne para votar a possível expulsão do político, que desrespeitou um ultimato da legenda para deixar o cargo no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O conflito entre o partido e o ministro
Em rota de colisão com o governo federal, o União Brasil estabeleceu, ainda em setembro, que seus filiados ocupando cargos no primeiro escalão deveriam pedir demissão até o dia 19 daquele mês. A sigla deixou claro que o descumprimento da ordem seria considerado um ato de infidelidade partidária.
Embora tenha anunciado publicamente que deixaria o Ministério do Turismo, Celso Sabino não apenas permaneceu no cargo como continuou participando de agendas oficiais ao lado do presidente Lula. Em outubro, durante eventos em Belém, no Pará, o ministro chegou a declarar que daria seu apoio ao petista, independentemente do cenário político.
Processo de expulsão e interesses políticos
A medida de expulsão já recebeu o aval do Conselho de Ética do União Brasil. Para ser oficializada, é necessário que 3/5 dos membros da executiva nacional votem a favor. O desgaste na relação com a cúpula do partido já levou, em outubro, ao afastamento de Sabino de cargos e decisões dentro das estruturas administrativas da legenda. Ele também foi removido do comando do diretório do partido no Pará.
O ministro criticou a postura do União Brasil, afirmando que o partido tem "tomado decisões equivocadas". Sob forte pressão, ele reiterou que pretende se manter no governo Lula. Sabino indicou que ficaria na pasta até o limite legal para desincompatibilização, que ocorre em abril de 2025, quando ocupantes de cargos públicos precisam deixar suas funções para concorrer às eleições.
O plano para o Senado e o apoio de Lula
Celso Sabino planeja disputar uma vaga no Senado Federal pelo estado do Pará. Na avaliação do ministro, o apoio do presidente Lula será um fator decisivo para sua campanha eleitoral. Nos últimos meses, ele foi sondado por outras legendas, indicando uma possível migração partidária.
Eleito deputado federal pelo União Brasil em 2022, Sabino se afastou do mandato para assumir o Turismo, com o apoio da bancada do partido na Câmara. De acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma eventual expulsão não fará com que ele perca o mandato parlamentar. Caso seja expulso, o ministro ficará livre para se filiar a outra sigla.