
Numa jogada que deixou muitos de queixo caído, Donald Trump — aquele mesmo que nunca fugiu de uma polêmica — resolveu cutucar a história com vara curta. Contra os apelos da família de Martin Luther King Jr., o ex-presidente americano autorizou a liberação de arquivos confidenciais do FBI sobre o líder dos direitos civis. E olha que não foi sem alvoroço.
Os documentos, até então guardados a sete chaves, prometem revelar detalhes da vigilância obsessiva que o governo federal mantinha sobre King nos anos 1960. Coisa de filme de espionagem, mas com um agravante: era a vida real de um homem que mudou os EUA para sempre.
Família contra a maré
Os herdeiros de MLK não engoliram a decisão. "É como revirar a terra de um cemitério sem permissão", disparou um dos familiares, em tom cortante. Eles argumentam que a medida pode distorcer o legado do pastor — e convenhamos, não é como se o FBI tivesse histórico de fair play com ativistas negros naquela época.
De seu lado, os apoiadores de Trump defendem que "a verdade precisa vir à tona, mesmo que doa". Mas será mesmo que é sobre transparência? Ou tem jogo político nisso? Afinal, ano eleitoral nos EUA é sempre um barril de pólvora.
O que os arquivos podem revelar?
Especula-se que os papéis contenham:
- Relatórios de agentes infiltrados em protestos
- Gravações de conversas privadas
- Documentos que ligam King a supostos "elementos comunistas" — a velha cartada da Guerra Fria
Historiadores estão divididos. Alguns acham que pode esclarecer capítulos obscuros. Outros temem que sirva apenas para reacender teorias conspiratórias. "É abrir a Caixa de Pandora sem manual de instruções", resmungou um professor da Howard University.
Enquanto isso, nas redes sociais, a briga está feia. De um lado, os que veem perseguição política. Do outro, quem acredita que Trump só quer desviar atenção de seus próprios processos judiciais. E no meio? O legado de um ícone que, meio século depois, ainda provoca calafrios no establishment.
Uma coisa é certa: quando história e política se misturam, nunca sai coisa boa. Ou será que desta vez será diferente? Difícil acreditar...