
Numa daquelas reviravoltas que só a geopolítica do Oriente Médio é capaz de produzir, Donald Trump soltou uma bomba em sua mais recente declaração. Segundo o ex-presidente – sempre tão subtle quanto um tornado –, o Hamas não apenas sabia do ataque israelense que resultou na morte de seu líder, Mohammed Deif, como foi praticamente avisado com antecedência. Sim, você leu direito.
Numa entrevista que mais parecia um capítulo de thriller político, Trump deixou escapar que "alguém na região" teria passado um recado ao grupo. Detalhe? A operação, que aconteceu no último dia 2 de setembro, foi justamente aquela que tentou – e quase conseguiu – eliminar um dos nomes mais procurados por Israel.
E Agora, José?
O que isso significa na prática? Bom, para começar, joga uma luz sinistra sobre como informações ultrassecretas vazam como peneira em zonas de conflito. Se até o Hamas fica sabendo, o que mais não está vazando por aí?
Trump, claro, não deu nomes aos bois. Não citou fontes, não mostrou documentos – porque, convenhamos, ele nunca foi muito de seguir manuais. Mas a alegação, mesmo sem provas tangíveis, já é suficiente para abalar mesas de negociação que já eram mais instáveis que barraca de praia em ventania.
- Quem seria esse "alguém" que avisou o Hamas?
- Foi um gesto calculado para evitar uma escalada ainda maior?
- Ou puro e simples vazamento de inteligência?
Perguntas que, pelo andar da carruagem, ficarão sem resposta por um bom tempo.
O Silêncio Estrondoso de Israel
Do lado israelense, o silêncio é quase ensurdecedor. Nenhuma confirmação, nenhuma negação – apenas aquele habitual ar de discrição estratégica que sempre cerca operações sensíveis. Mas é difícil acreditar que a mossad ou as forças de defesa não estejam, neste exato momento, revirando cada pedra para descobrir a origem desse suposto vazamento.
Afinal, não é todo dia que uma operação de alto risco vira assunto de conversa de antemão.
E no meio disso tudo, os reféns. Sempre os reféns. Suas famílias, que vivem entre a esperança e o desespero, agora precisam digerir mais uma camada de complexidade em um conflito que já parece não ter saída.
Trump, como de costume, não poupou dramalhices. Disse que o Hamas "sabia que Israel estava chegando" – frases curtas, diretas, perfeitas para manchetes. E funcionou.
Resta saber se essa revelação – ou invencionice, dependendo de quanto você confia no ex-presidente – vai atrapalhar ou acelerar as frágeis negociações em curso. Porque no tabuleiro do Oriente Médio, até as peças que parecem laterais podem virar o jogo de repente.
E aí? Acreditamos ou não? A pergunta que fica é: em um jogo onde todos blefam, quem está realmente mostrando as cartas?