Numa virada surpreendente que pegou muitos de surpresa, Vladimir Putin — sim, aquele mesmo — resolveu dar seu pitaco numa questão que, à primeira vista, não lhe dizia respeito. E que pitaco! O presidente russo não mediu palavras ao classificar as tarifas que Donald Trump resolveu enfiar goela abaixo do Brasil. Para ele, a coisa toda cheira a politicagem pura, da mais remelenta.
Numa daquelas declarações que fazem os analistas coçarem a barba, Putin disparou: «As medidas do ex-presidente Trump contra o Brasil são claramente políticas». Não foi um sussurro diplomático, não. Foi quase um petardo. E o que isso significa? Bom, na visão do russo, a decisão tem mais a ver com jogos de poder do que com uma lógica econômica decente.
Mas espere aí, porque a coisa fica mais interessante. Putin não parou por aí. Ele foi além e criticou a fundo as tais medidas, sugerindo que essas ações unilaterais — essas sim — são um tremendo passo atrás para todo mundo. O comércio global, que já anda nas cordas bambas, não precisa desse tipo de chute no estômago. É como se, no meio de uma partida de xadrez complexíssima, alguém resolesse derrubar o tabuleiro.
O recado do Kremlin, embalado num tom de evidente desdém, é claro: o protecionismo disfarçado de política não ajuda ninguém. Só afunda mais as relações já tão complicadas entre nações. E o Brasil? Ah, o Brasil acaba no meio desse cabo-de-guerra, sofrendo as consequências de uma briga que, no fundo, não começou aqui.
Não é de hoje que Putin observa — e comenta — as manobras comerciais de Trump. Desta vez, porém, a crítica veio com um misto de ironia fina e alerta grave. Quase como um aviso: o caminho do ‘cada um por si’ é perigoso e, no fim das contas, prejudica a todos.
E então, o que esperar? Se um líder como Putin se pronuncia com tais contundências, talvez seja hora de prestar atenção. A economia mundial não é brincadeira — e decisões tomadas de forma isolada podem gerar ondas capazes de virar tsunamis.
