
O governo francês acaba de acender um pavio que está dando o que falar — e como! Uma circular discreta, mas bombástica, enviada aos administradores hospitalares, está fazendo soar sirenes de alerta por todo o país.
Imaginem só: o Ministério da Saúde e da Defesa, de mãos dadas, pedindo que os hospitais… se preparem para a guerra. Sim, leu direito. Guerra.
Nada menos que 1.500 estabelecimentos de saúde, entre públicos e privados, receberam a missão de elaborar, até ao final do ano, um "plano de proteção e vigilância" para cenários de conflito armado. A coisa é séria.
O que diz exatamente a diretiva?
O documento, obtido pela imprensa francesa, não usa meias-palavras. Fala em preparação para "ataques de grande envergadura", situações de "crise major" e até — pasme-se — "conflitos de alta intensidade".
As medidas práticas? Deixam qualquer um de cabelos em pé:
- Reforço da segurança perimetral de hospitais
- Criação de abrigos e áreas blindadas
- Estoque de sangue, medicamentos e equipamentos para 48 horas
- Treino de pessoal para situações de ataque ou bombardeamento
Não é à toa que a oposição já está a chamar-lhe de "circular do pânico".
O silêncio incómodo do governo
O mais intrigante? A absoluta falta de explicações por parte do executivo de Macron. A circular saiu, os hospitais entraram em modo de alerta, e o governo… emudeceu.
Os ministérios envolvidos limitaram-se a confirmar a autenticidade do documento, mas recusam-se a detalhar o que está por trás desta movimentação tão abrupta. Especulações? Não faltam.
Será o receio de uma escalada no conflito na Ucrânia? Tensões geopolíticas não declaradas? Ou apenas uma medida de precaução excessiva?
O contra-ataque dos críticos
A esquerda francesa não perdoa. Mathilde Panot, deputada dos Insurgidos, disparou: "Em vez de preparar os hospitais para a guerra, deviam é salvá-los da asfixia financeira!".
E tem razão num ponto — o sistema de saúde francês já está de rastos, com serviços de emergência à beira do colapso e profissionais exaustos. Agora, ainda têm de se preparar para um cenário apocalíptico?
Os sindicatos médicos também não ficaram atrás. Acusam o governo de semear medo injustificado e de desviar a atenção dos problemas reais que assolam a saúde pública.
Um contexto internacional que arrepi
É impossível ignorar o pano de fundo global. Com a guerra na Ucrânia a completar dois anos, e os conflitos no Médio Oriente a escalarem, a sensação de insegurança no continente europeu é palpável.
A própria NATO tem alertado repetidamente para a necessidade de os países membros se prepararem para "tempos sombrios". A França, claro, não é exceção.
Mas será que ir tão longe ao ponto de colocar os hospitais em pé de guerra é justificado? Ou será um exagero que só serve para alimentar a ansiedade coletiva?
A verdade é que ninguém sabe ao certo — e esse talvez seja o aspecto mais perturbador de toda esta história.
Enquanto isso, nos corredores dos hospitais franceses, planeia-se o impensável. Esperemos que nunca seja necessário.