O clima entre Brasil e Estados Unidos aqueceu nesta semana — e não foi por causa do verão norte-americano. A suspensão do visto diplomático do procurador-geral da República, Paulo Gonet, virou um verdadeiro vespeiro político. E os procuradores brasileiros? Estão com a pulga atrás da orelha.
Segundo fontes próximas ao Ministério Público Federal, a medida foi interpretada como uma "cutucada" desnecessária. "Tem cheiro de retaliação", comentou um procurador que preferiu não se identificar — afinal, nesse jogo de xadrez diplomático, ninguém quer virar peão.
O que de fato aconteceu?
Na terça-feira (18), Gonet teve seu visto cancelado sem explicações formais. Coincidência ou não, isso ocorreu semanas após ele defender a soberania brasileira em investigações sobre a Operação Lava Jato. "Quando a casa cai, os ratos correm", ironizou um auxiliar do procurador, em tom de desabafo.
Detalhes curiosos:
- O visto era do tipo A-2 (para autoridades)
- A validade iria até 2027
- Nenhum outro membro do MPF foi afetado
Reação em cadeia
A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) soltou um comunicado que, nas entrelinhas, parecia mais um soco na mesa: "Medidas unilaterais que afetam o livre exercício das funções constitucionais são inaceitáveis". Traduzindo? "Não vamos ficar de braços cruzados".
Já o Itamaraty — sempre diplomático — limitou-se a dizer que "analisa o caso". Mas entre quatro paredes, o clima é de perplexidade. Afinal, suspender visto de autoridade é como devolver um presente de Natal: mensagem clara, mesmo sem palavras.
E agora, José?
Especialistas em relações internacionais ouvidos pela reportagem divergem:
- Para uns, é "tempestade em copo d'água" — burocracia comum
- Para outros, "sinal amarelo" nas relações bilaterais
- Há quem fale em "jogo de pressão" antes de novas investigações
O certo? O caso escancara a velha máxima: em política internacional, até o silêncio fala alto. Enquanto isso, Gonet segue trabalhando — de visto cassado, mas de cabeça erguida. Resta saber se essa história vai parar por aqui ou se é só o primeiro capítulo de uma novela com muitos episódios pela frente.
