Desfile Militar da China: A Resposta Enérgica às Tarifas de Trump e o Risco de uma Guerra Comercial Global
Desfile Militar da China: Resposta às Tarifas de Trump

Não é de hoje que a política comercial agressiva de Donald Trump gera ondas de choque pelo mundo. Mas a resposta da China, desta vez, veio não em comunicados de imprensa, mas no rugir de jatos e no silêncio ameaçador de submarinos.

O que aconteceu? Um verdadeiro espetáculo de força militar foi exibido por Pequim durante exercícios navais no conturbado Mar do Sul da China. Imagens de satélite – e não são quaisquer imagens, mas aquelas que nos fazem parar e pensar – mostram uma frota formidável. Dezenas de navios de guerra, incluindo aqueles temíveis porta-aviões, e submarinos nucleares se posicionaram de forma que não deixava margem para dúvidas. Era uma mensagem. Clara, direta e… assustadora.

Especialistas em defesa, aqueles que decifram os movimentos no tabuleiro geopolítico, não titubearam ao interpretar a cena. Foi uma demonstração de força calculada, uma resposta ostensiva à recente retórica e às medidas protecionistas do ex-presidente norte-americano. Trump, com sua famosa tática do “big stick”, ameaçou impor tarifas pesadíssimas, na casa dos 60%, sobre produtos chineses. Um movimento ousado, pra não dizer temerário.

Um Jogo de Xadrez com Peças de Aço

O problema é que esse jogo de “quem pisca primeiro” tem consequências reais para todo mundo. E eu digo todo mundo mesmo, do investidor em Wall Street ao consumidor aqui no Brasil. Uma guerra comercial total entre essas duas superpotências não é brincadeira – é uma receita certa para desorganizar cadeias de abastecimento globais, inflacionar produtos e frear o crescimento econômico mundial. Já vimos esse filme antes, e o final não é bonito.

O timing desse show de força militar, dizem os analistas, foi meticulosamente escolhido. Uma forma de a China sinalizar que, diferentemente de outros momentos da história, ela não vai recuar e aceitar as condições impostas sem reagir. Eles têm o poderio, a tecnologia e, aparentemente, a vontade política para entrar nesse embate.

E Agora, José?

Para onde vamos a partir daqui? A situação é, no mínimo, delicada. De um lado, um Trump que parece acreditar que a pressão máxima sempre rende os melhores acordos. Do outro, uma China que está cansada de ser vista como o patinho feio da economia global e está disposta a mostrar suas garras – ou melhor, seus mísseis.

O risco de uma escalada é tangível. E quando gigantes se enfrentam, o chão que treme é o nosso. A economia global, ainda se recuperando de tantos sustos recentes, pode não estar preparada para mais um teste de stress dessa magnitude. Fica o alerta: o que acontece no Mar do Sul da China não fica no Mar do Sul da China. Ecos desse confronto chegarão até nós, de uma forma ou de outra.

Restamos nós, espectadores de um jogo perigoso, torcendo para que a calmaria prevaleça sobre a tempestade. Mas, convenhamos, com esse nível de provocação, é difícil ser otimista.