
Em um revelador panorama sobre as táticas de inteligência norte-americanas, ex-agentes da CIA compartilharam com a BBC os possíveis cenários de operações que a agência poderia realizar na Venezuela. As revelações pintam um quadro complexo de intervenção estratégica que vai muito além das ações militares convencionais.
Guerra Econômica e Manipulação Financeira
Segundo os especialistas, uma das armas mais poderosas no arsenal da CIA seria a desestabilização econômica. Operações financeiras coordenadas poderiam incluir:
- Manipulação do valor do bolívar venezuelano no mercado paralelo
- Interferência nas transações de petróleo, principal commodity do país
- Criação de escassez artificial de produtos básicos
- Atração de capitais para fora do país através de operações encobertas
Guerra Psicológica e Manipulação de Massas
Os ex-agentes destacam que as operações psicológicas (PSYOPS) seriam fundamentais para minar o governo Maduro. Técnicas sofisticadas incluiriam:
- Campanhas de desinformação nas redes sociais
- Criação de narrativas que amplifiquem a insatisfação popular
- Manipulação de pesquisas de opinião pública
- Divulgação seletiva de informações comprometedoras
Infiltração em Setores Estratégicos
Fontes revelam que a infiltração em instituições-chave seria prioridade absoluta. Setores como as Forças Armadas, empresas estatais de petróleo e o sistema financeiro seriam alvos primários para recrutamento de informantes e implantação de agentes.
Operações Cibernéticas e Guerra Digital
No cenário moderno, as operações digitais ganham destaque especial. Os especialistas apontam que a CIA poderia:
- Infiltrar sistemas governamentais para coletar inteligência
- Realizar ataques cibernéticos contra infraestrutura crítica
- Monitorar comunicações de figuras-chave do governo
- Comprometer sistemas de segurança nacional
Os ex-agentes enfatizam que essas operações seriam graduais e cumulativas, projetadas para criar uma crise de governabilidade sem necessariamente recorrer a intervenção militar direta. O objetivo final seria pressionar por mudanças políticas alinhadas com os interesses norte-americanos na região.
As revelações surgem em um momento de tensão renovada entre Washington e Caracas, levantando questões sobre os limites da intervenção estrangeira em assuntos soberanos e os métodos utilizados pelas agências de inteligência no cenário geopolítico contemporâneo.