Ricardo Teixeira é reeleito presidente da Câmara de SP com 49 votos
Ricardo Teixeira reeleito presidente da Câmara de SP

O vereador Ricardo Teixeira, do União Brasil, foi reconduzido ao cargo de presidente da Câmara Municipal de São Paulo nesta segunda-feira, 15 de dezembro. Ele comandará o Legislativo da capital paulista durante o ano de 2026, marcando seu segundo mandato consecutivo à frente da Casa.

Vitória por ampla maioria e ausência de oposição

A eleição foi decidida por aclamação, com uma ampla maioria dos 55 vereadores apoiando Teixeira. O parlamentar não enfrentou um adversário oficial no pleito. Isso ocorreu porque seu próprio partido, o União Brasil, retirou a candidatura de Rubinho Nunes na sexta-feira, 12 de dezembro. Além disso, o PSOL, que tradicionalmente lança um nome próprio, optou por se abster desta vez.

O resultado final da votação mostrou 49 votos a favor da reeleição de Teixeira e apenas 5 abstenções. O presidente reeleito contou com o apoio do prefeito Ricardo Nunes, do MDB, e de nove partidos da Casa antes mesmo da sessão de votação. O único partido que não endossou sua candidatura foi o PSOL.

A posição do PSOL e a desistência de candidatura própria

Em nota, a bancada do PSOL, composta por seis vereadores, explicou a decisão de não lançar um candidato e de se abster da votação. O partido afirmou que inicialmente buscou articular uma candidatura independente da Prefeitura para garantir a autonomia do Legislativo.

No entanto, as estratégias adotadas pelos demais partidos, que consolidaram o cenário em torno de duas candidaturas principais, inviabilizaram essa alternativa. O PSOL se declarou oposição à gestão do prefeito Ricardo Nunes e afirmou que o quadro político apresentado não representava uma opção alinhada com seus princípios de defesa de uma cidade mais democrática e com justiça social.

Derrota para Milton Leite e a queda de braço política

A vitória de Ricardo Teixeira é vista como uma demonstração de sua autonomia frente ao ex-presidente da Câmara e atual presidente estadual do União Brasil, Milton Leite. Leite era contra a reeleição de Teixeira e articulou a candidatura de Rubinho Nunes em uma clara queda de braço com o prefeito Ricardo Nunes, que não aceitava a imposição do nome preferido pelo ex-mandatário.

Milton Leite, que se aposentou das atividades legislativas, desejava manter influência na Casa indicando um nome de sua confiança. Seu preferido era o vereador Silvão Leite, considerado seu afilhado político. Silvão está em seu primeiro mandato e, antes de ser eleito, era presidente da escola de samba 'Estrela do Terceiro Milênio', do Grajaú, da qual Milton Leite é patrono.

Internamente, Silvão Leite é visto como o "poste do Milton Leite" entre os próprios vereadores da base de apoio ao prefeito. A derrota de sua articulação marca um recuo na tentativa de Milton Leite de continuar a comandar indiretamente o maior legislativo municipal do país.