
Não é de hoje que o tabuleiro geopolítico esquenta quando o assunto é comércio internacional. Mas o que a delegação brasileira soltou na OMC essa semana? Pura pimenta nos olhos dos protecionistas.
"Isso aqui tá virando balcão de negociações políticas", disparou um dos nossos representantes, com aquela mistura tupiniquim de diplomacia e fogo no rabo. E não é que tem razão?
O X da Questão
Enquanto uns falam em "medidas legítimas de defesa comercial", o Brasil mete o dedo na ferida: tarifas sendo usadas como moeda de troca em questões que nada têm a ver com comércio. Querem exemplo? Lá vai:
- País A aumenta taxas sobre produtos do País B após... discordâncias ambientais?
- Nações usando barreiras alfandegárias para pressionar mudanças políticas internas
- Joguinho de "se não fizer o que eu quero, seu café vai ficar mais caro"
"Isso distorce completamente o espírito da OMC", resmungou um veterano da diplomacia brasileira, entre um gole de café e olhares atravessados.
E o Brasil nessa história?
Pois é, a gente tá no olho do furacão. Com um agronegócio que é locomotiva da economia, qualquer tarifa extra dói no bolso - e como! Só no último ano, calcula-se que medidas "duvidosas" custaram aos exportadores brasileiros algo em torno de... bem, muito.
Mas não é só grana. A questão é mais profunda: até onde vai a soberania nacional quando o assunto é comércio? O Brasil, com sua tradição de defender o multilateralismo, parece ter encontrado seu calcanhar de Aquiles.
E agora? O jogo está aberto, e as próximas rodadas de negociação prometem - como diria meu avô - "fogo no parquinho".