
O Brasil não é mais um só — é dois. E hoje, no feriado da Independência, essa divisão vai escancarar suas cores, suas vozes e suas bandeiras. De um lado, os governistas, convocados por ninguém menos que Lula e seus ministros. Do outro, a oposição, que ainda respira sob a sombra de Bolsonaro. Dois Brasis, duas narrativas, uma mesma data.
Não é de hoje que o 7 de Setembro virou palco de disputa — mas a intensidade deste ano é diferente. Parece que todo mundo quer provar um ponto. E as ruas serão o tribunal.
Do Lado Governista: Discurso de Unidade e Reconstrução
O Planalto não poupou esforços. Ministros espalhados pelo país, carros de som, estrutura. O tema? Reconstrução e unidade nacional. Lula deve falar em Brasília, mas a estratégia é nacional — um show de força com sabor de resposta.
“Vamos mostrar que este país não se curva”, disse um apoiador petista em São Paulo, enquanto colava adesivos em um carro. “A gente vai pra rua porque acredita.”
Do Outro Lado: Crítica, Descontentamento e Memória
Já a direita promete ir às ruas com outro tom: de protesto. Muitos ainda não engoliram a derrota de 2022 — e menos ainda os desdobramentos políticos desde então. Bolsonaro não estará lá, mas a presença dele é simbólica. Quase um fantasma conduzindo o ato.
“É um movimento autônomo, independente”, garante um organizador de um ato no Rio. Mas a pergunta que fica: até que ponto?
E no Meio? O Cidadão Comum.
Enquanto isso, João, pedreiro de 34 anos, nem sabe direito o que comemorar. “Todo ano é briga. E no fim, a gente que se vira.” Ele não vai a nenhum ato. Vai churrascar. “Política hoje é isso: você escolhe seu lado e torce. Igual futebol.”
Será? A verdade é que o dia promete. E como. Com ou sem confronto, uma coisa é certa: o Brasil segue dividido. E hoje, essa divisão tem endereço: as avenidas principais das grandes cidades.
Restam dúvidas sobre o tamanho dos atos. A adesão, afinal, é sempre uma incógnita. Mas uma coisa não é: a vontade de cada lado de fazer barulho. E no Brasil de 2024, barulho político é o que não falta.