Aos 93 anos, o ex-presidente da CBF José Maria Marin deixou o campo da vida nesta quarta-feira. Morreu em São Paulo, cidade onde construiu boa parte de sua história — nem sempre gloriosa, diga-se de passagem.
Quem acompanha o futebol brasileiro sabe: Marin não foi exatamente um "gênio da bola" fora das quatro linhas. Sua gestão à frente da entidade máxima do futebol nacional (entre 2012 e 2015) foi marcada por... digamos, lances polêmicos. E não estamos falando apenas de decisões técnicas.
Entre os gramados e os tribunais
O paulistano — que também foi deputado e governador — tinha o futebol no sangue. Mas o que realmente marcou sua trajetória foram as sombras que pairaram sobre seu nome. Lembra da Operação Lava Jato? Pois é, Marin foi um dos "craques" investigados.
Em 2015, a justiça americana o pegou com a mão na massa — ou melhor, na mala. Quase 2 milhões de dólares em espécie, para ser exato. Resultado? Passou cinco anos em prisão domiciliar nos EUA antes de ser extraditado.
O outro lado da moeda
Mas nem tudo foi escuridão. Marin teve participação importante na organização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Apesar dos pesares, foi sob seu comando que o país sediou um dos maiores eventos esportivos do planeta.
"Ele era uma figura complexa", define um ex-colaborador que preferiu não se identificar. "Tinha seu charme, era educado, mas também sabia ser durão quando precisava."
O adeus ao "cartola"
A família confirmou o falecimento sem divulgar detalhes sobre as causas. Marin deixa quatro filhos e um legado... bem, digamos "controvers".
Nos últimos anos, já longe dos holofotes, o ex-presidente da CBF vivia recolhido. O futebol brasileiro, por sua vez, seguiu seu rumo — com novos escândalos, novas promessas e, claro, muitos gols.
E aí, o que fica? Talvez a lição de que, no esporte como na vida, nem tudo é preto no branco. Marin jogou em vários times: o da política, o do futebol, o dos tribunais. E, como todo jogador experiente, soube quando era hora de deixar o campo.
