
Imagine a cena: mães e pais confiantes, levando seus pequenos – alguns com apenas poucos meses de vida – para um momento crucial de proteção. A vacina. Só que, em um deslize quase inacreditável, a agulha aplicou algo totalmente diferente. Não foi a dose esperada do imunizante contra a covid-19, mas sim soro fisiológico. Puro. Intravenoso. Onze bebês, em um único dia, passaram por isso.
O fato, que pegou todo mundo de surpresa, aconteceu em uma unidade de saúde de Santa Catarina – mais precisamente em São José, na Grande Florianópolis. A Secretaria de Saúde do estado confirmou a informação nesta quarta-feira (4), e a notícia se espalhou como um choque. Como algo assim pôde acontecer?
Butantan Entra em Cena e Toma uma Decisão Imediata
O Instituto Butantan, responsável pela produção da Coronavac, não ficou parado. Mal soube do ocorrido e partiu para a ação. A diretoria executiva da instituição determinou, de forma urgente, uma alteração imediata nas embalagens dos frascos do soro fisiológico. A mudança? Tornar a identificação muito mais clara e evidente, justamente para evitar que um engano desses – por mais absurdo que pareça – se repita.
Parece óbvio, né? Mas às vezes, na correria do dia a dia de um posto de saúde, a similaridade entre as embalagens pode pregar uma peça. E das grandes.
E os Bebês? Como Eles Estão?
Essa é, sem dúvida, a pergunta que mais importa. E aí vem um alívio: de acordo com o comunicado oficial das autoridades, todas as onze crianças passam bem. Elas foram monitoradas de perto após o ocorrido e não apresentaram nenhuma reação adversa. Ufa! O soro fisiológico, para quem não sabe, é uma solução estéril de cloreto de sódio – basicamente, sal e água. Não faz mal, mas também não imuniza ninguém. Deixou de proteger, eis o grande problema.
As famílias, claro, foram comunicadas e as doses corretas da vacina já foram aplicadas. A prefeitura de São José abriu um processo administrativo para apurar o caso detalhadamente e definir responsabilidades.
Um Aviso que Serve para Todo o País
O caso de São José acende um alerta vermelho para o Brasil inteiro. Erros de medicação, infelizmente, não são tão raros quanto a gente gostaria. E quando envolvem os mais vulneráveis, como bebês, a comoção e a preocupação são imediatas.
A rápida ação do Butantan mostra uma postura de não ignorar o problema, mas de aprender com ele e criar barreiras para que não se repita. Uma medida necessária, ainda que tardia. Afinal, a confiança da população no sistema de saúde é um bem precioso – e frágil.
Que este episódio sirva de lição. Para todos.